Carlos, o engenheiro

Carlos nasceu sem ter uma favorável condição

Desde cedo sabia que para melhorar sua vida

Fazer com que ela fosse menos sofrida

Tinha que ser através de uma boa educação

Estudava dia e noite, o tempo todo sem parar

Mudar a realidade dele e de sua família

Era isso que queria muito alcançar

Ir para a sua escola lhe dava muito alegria

Lá ele também tinha como se alimentar

Pois mesmo sem agradar o seu paladar

Matava sua grande fome, a sua agonia

Era um dedicado e inteligente rapaz

Construir um futuro digno e decente

Sabia que era plenamente capaz

A disciplina predileta era a de português

Mas também adorava a de biologia

Estudava por demais sociologia

E também matemática e inglês

Estudar era o que mais sabia fazer

Gostava de todas as disciplinas

Era um aluno bonito de se ver

Sua mãe queria que ele fosse doutor

Achava essa uma profissão de futuro

Que ia fazer ele deixar de ser duro

Virar na sociedade um homem de valor

Mas ele queria mesmo ser engenheiro

Achava essa uma profissão bonita

Queria abrir estradas no pais inteiro

Estudou muito e passou para a universidade

Como era esforçado passou de primeira

Na melhor instituição de ensino brasileira

Mais um passo para mudar sua realidade

Engenharia ele logo começou a cursar

O curso que adorava e sempre quis

O seu destino começava a melhorar

Um bom estágio, Carlos conseguiu arrumar

Quando ainda no quarto período estava

Com um salário mínimo que ganhava

Dava para todas as suas contas pagar

Nessa construtora que ele estagiou

Ele com empenho foi promovido

E Um digno e belo emprego arrumou

Depois que engenheiro civil se formou

Sua família, ele pôde de verdade ajudar

E sua mãe até hoje não para de se orgulhar

Pelo belo profissional que seu filho se tornou

Virou um exemplo de perseverante cidadão

Nasceu pobre, negro e sertanejo

Estudou e melhorou a sua situação

Eraldo Gadelha Filho

26 de junho de 2014