* De marfim *

Um príncipe mandou fazer,

De um pedaço de marfim valioso,

Um par de pauzinhos.

E sentiu-se muito orgulhoso.

Quando chegou ao conhecimento

Do rei seu pai naquele momento

Este ficou muito furioso.

Ele era um homem muito sensato,

Este foi ter com ele que lhe explicou:

— Esse luxuoso par de pauzinhos

Que você fazer mandou

Pode levar-te à perdição!

E ferir seu coração.

O jovem príncipe confuso ficou.

Não sabia se o pai falava sério

Ou se estava a brincar.

Mas o pai continuou:

— Ao ter os paus de marfim, verás.

Que não ligam com a louça de barro

Que usamos à mesa e bizarro.

De copos e tigelas vais precisar.

As tigelas de jade e os paus de marfim

Não admitem iguarias grosseiras.

Precisarás de cauda de elefante

E fígado de leopardo de primeira.

E quem come cauda de elefante

E fígado de leopardo sente-se elegante

Não vai querer casa simples e austera.

Irás precisar de fatos de seda

E palácios sumptuosos.

E para teres tudo isto,

Cairás no mundo luxuoso

Vai arruinar as nossas finanças

E acabarão nossas esperanças

Teus desejos serão ruinosos.

A desgraça atingirá os camponeses,

E o reino se afundará na desolação.

Porque os teus paus de marfim

Fazem lembrar uma fissuração

No muro de uma fortaleza,

Que acaba trazendo tristeza

Por destruir toda a construção.

O príncipe esqueceu seu capricho

E mais tarde veio a ser

Um monarca reputado

Pela sua grandiosidade de ver

Cheio de bondade e sensatez.

Com seu pai e camponês

E praticava o bem com prazer.

Claudia Pinheiro
Enviado por Claudia Pinheiro em 20/07/2014
Código do texto: T4889392
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