A batina de Frei Dimão
Frei Dimão aprecia sua peregrinação, Nanda
Apraz-me muito saber
que lá foste, e muito oraste
mas o cume de meu prazer
é que bem te comportaste
Com o Pará já moribundo
agora, só rezando
tamos no fim do mundo
minha batina inda lhe mando.
E que faças com carinho
boa lavagem e passação
e benção dou num instantinho
pra livrar-te da tentação.
Mas bom que se esclareça
pra evitar sururu
e algo que se enrijeça
em meu corpo tão nu.
Reitero-te, irmã carmelita,
sob a luz que me ilumina
se há algo que se levita
é meu cajado, menina.
Nanda interage:
Pode mandar-me a batina
Que cuidarei com carinho,
Após a oração da matina,
Desta peça que é de linho.
Passar-lhe muito sabão
Depois deixá-la de molho
Esfregar com minha mão
E nos sujos ficar de olho!
Você tem outra de reserva
Pra não precisar ficar nu?
Pois a tarefa desta serva
É demorada pra chuchu!
Depois de bem lavada
Vou pô-la no amaciante
Ficará bem engomada
E muito mais atraente.
De levá-la, faço questão
E também ajudá-lo a vestir
E aí vibrarei com Frei Dimão
E à sua alegria vou assistir.
Tranquilize quanto ao cajado
Não vou beijá-lo, querubim,
Pois por Hull foi anunciado
Que está comido de cupim.