A batina de Frei Dimão

Frei Dimão aprecia sua peregrinação, Nanda

Apraz-me muito saber

que lá foste, e muito oraste

mas o cume de meu prazer

é que bem te comportaste

Com o Pará já moribundo

agora, só rezando

tamos no fim do mundo

minha batina inda lhe mando.

E que faças com carinho

boa lavagem e passação

e benção dou num instantinho

pra livrar-te da tentação.

Mas bom que se esclareça

pra evitar sururu

e algo que se enrijeça

em meu corpo tão nu.

Reitero-te, irmã carmelita,

sob a luz que me ilumina

se há algo que se levita

é meu cajado, menina.

Nanda interage:

Pode mandar-me a batina

Que cuidarei com carinho,

Após a oração da matina,

Desta peça que é de linho.

Passar-lhe muito sabão

Depois deixá-la de molho

Esfregar com minha mão

E nos sujos ficar de olho!

Você tem outra de reserva

Pra não precisar ficar nu?

Pois a tarefa desta serva

É demorada pra chuchu!

Depois de bem lavada

Vou pô-la no amaciante

Ficará bem engomada

E muito mais atraente.

De levá-la, faço questão

E também ajudá-lo a vestir

E aí vibrarei com Frei Dimão

E à sua alegria vou assistir.

Tranquilize quanto ao cajado

Não vou beijá-lo, querubim,

Pois por Hull foi anunciado

Que está comido de cupim.

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 25/09/2014
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