SEGURO O COMPORTAMENTO PARA PRESERVAR A VIDA.
SEGURO O COMPORTAMENTO
PARA PRESERVAR A VIDA.
I
De repente..., estava eu,
Com minhalma entristecida
Acabrunhado e sem forças
Pelos percalços da vida
Contudo, uma poesia
Tirou-me da letargia
E me pôs nessa corrida
II
Como o tiro da partida
Soou pra mim este verso
“invento recrio e tento”
Ainda que submerso
Sempre que caio, levanto
Lavo rosto, seco o pranto
Faço novo este universo.
III
Mesmo que seja adverso
O tempo ou a circunstância
Como a fênix, alço o voou
Para cima com instância
Pois posso me soerguer
Das cinzas torno a viver
Sem nenhuma jactância
IV
Desde a minha tenra infância
No mundo eu fui preparado
Para as lutas dessa vida
Que tenho hoje enfrentado
Pelas mãos de um instrutor
Que também foi professor
Dos sábios, num priorado
V
Aconselhou no passado
Homero, Sócrates, Platão,
Enoque, Abel, Hamurabi,
Moises, Noé, Abraão,
Ciro, o rei libertador,
Em Nabucodonosor,
Aplicou uma lição.
VI
De palmatória na mão
Fez o rei comer capim
Ao longo de sete anos
Por ter feito coisa ruim
Se exaltando no eu
Mas na prova ele aprendeu
Fazer o certo no fim
VII
Também, desci ao jardim
Contudo esse professor
Usou da misericórdia
Não teve tanto rigor
Pois na primeira lição
Cheguei ao diapasão
Alcançando seu favor
VIII
Ele também foi tutor
Do famoso Salomão
Aconselhou os juízes
Na corte do talião
A não fazer injustiça
E nem se dar a cobiça
Que corrompe o coração
IX
Quem não rendeu a lição
Ou deixou de lhe ouvir
Virou poeira no vento
Não pode subsistir
Como fez o Alexandre
Achando que era grande
Não se deixou instruir
X
Por orgulho fez cair
Sua bela Alexandria
Não ouviu os generais
Nem mesmo a filosofia
Se quer prestou atenção
Em Aristóteles, ou, Platão
Que prestavam assessoria
XI
Pois conselho é água fria
Para um viajou cansado
Dizia o bom professor
Tendo ele ministrado
Alicerçando a doutrina
Que orgulho é a ruína
Para um chefe de estado
XII
Além dele ter mostrado
As virtudes cardeais
Elencou também os vícios
Animalescos, carnais
Que embrutece o sujeito
Pois vicio aqui é defeito
Herdado dos ancestrais
XIII
Verdadeiros animais
Que não ouvem a razão
Ainda estão na caverna
Sem luz, na escuridão
Como um verme rastejando
Para o ventre trabalhando
Achando que barro é pão
XIV
Como um fogo, essa lição
Ardeu no meu pensamento
Pois, notei que precisava
Mudar de comportamento
Diante da circunstância
Eu perdia a tolerância
Num relacionamento.
XV
Ligeiro furando o vento
Corri para o professor
Que me contou a história
De um velho mercador
Que viveu no Oriente
Por ser justo e paciente
Tirou um 10 com louvor.
XVI
Mostrando assim o valor
Que possui a tolerância
Com o exemplo de Jó
Que vivia em abundância
Porém num golpe profundo
Perdeu tudo nesse mundo
Chegando à mendicância.
XVII
Nada aqui tem importância
Disse com integridade
Por ser justo e tolerante
Em sua comunidade
Respeitava o diferente
Ajudando complacente
Quem tinha necessidade
XVIII
Pois Jó, na realidade
Era de fato despido
Dos vícios da vaidade
Por ter ele assistido
As aulas do professor
No fim, dobrou o valor
De tudo que foi perdido
XIX
Pois lhes foi restituído
Família, propriedade
Por ter feito só o bem
Para a coletividade
Os homens do Oriente
Lhe deram como presente
Ouro em grande quantidade
XX
Hoje, na posteridade
Não existe uma nação
Que não ouviu a história
Desse gentil cidadão
Que foi, mas ficou a fama
Pois o bem, afofa a cama
De quem planta bem o grão
XXI
Mas, o bom desta lição
Recheada de candura
É que no fim ela mostra
A raiz da lógica pura
Pela sua consistência
Provada pela ciência
Na Lei da semeadura.
XXII
Não importa a cultura
Explicava o professor
Mostrando a um aspirante
Qual era o real valor
Dum relacionamento
Ou, qual é o elemento
Que une frio e calor.
XXIII
Disse calmo, o preletor
Só existe um sentimento
Capaz de proporcionar
Um perfeito alinhamento
Entre o gozo e a solidão
Por que controla a razão
Senhora do pensamento
XXIV
Só se ver esse elemento
No grau, ou na qualidade
Pelo grau, aponta o clima
Com toda a intensidade.
Qualidade, é um padrão
Entre o ódio e a paixão
Tristeza e felicidade
XXV
Que mostra a realidade
Pelo “Eros” na paixão
Gerando a calamidade
Numa louca relação
Que não enxerga o perigo
Vê-se, o “fíleo” no amigo
Que tem puro o coração
XXVI
Mas, quem opera a fusão
Mora junto à tolerância
Este sim, é a espécie
Que produz a substância
Do mais sublime Amor
Que une o frio e calor
Pelo grau da importância
XXVII
Por ser livre da ganância
Bem como do egoísmo
É o Ágape, com certeza
O ouro do organismo
Que enriquece a matéria
Eliminando a miséria
Causada pelo achismo
XXVIII
Que provoca o casuísmo
Na bendita humanidade
Que está aprisionada
Na subjetividade
Pelo danado do Eu
E por isso ela perdeu
Toda sensibilidade
XXIX
Mentindo contra a verdade
Ninguém estará seguro
Quem engana o amigo
Com certeza no futuro
Também será enganado
Ele é um pobre coitado
Dando um salto no escuro
XXX
O egoísmo é um muro
Que faz a separação
Nos relacionamentos
Entre nação e nação
Que vive só para o Ter
Se esquecendo de Ser
O irmão do seu irmão
XXXI
No final desta lição
O mestre falou assim:
O bicho homem precisa
Passar pelo meu jardim
Para aprender a viver
Sem o Eu, para poder
Dar tudo certo no fim
XXXII
Livre da coisa ruim
Como nova criatura
Valorizando a vida
Numa relação segura
Gozando da liberdade
Tratando com Igualdade
Sua Fraternal figura.
XXXIII
Alcançando a estatura
Do perfeito cidadão
Que prima pela Justiça
Sem fazer acepção
Como o juiz marreteiro
Que por amor ao dinheiro
Condena quem tem razão
XXXIV
Com essa argumentação
Feita pelo professor
Eu pude ver a miséria
Causada pelo terror
Da cobiça sobre a terra
Que nos leva para guerra
Pelas coisas sem valor
XXXV
Mas, o verdadeiro Amor
Dos dons, é o principal
Pois ele tem mais valor
Que a pedra filosofal
A fonte da juventude
Fica longe da virtude
Dessa joia sem igual
XXXVI
Depois de tudo afinal
Que o mestre ensinou
No jardim da humildade
Finalmente ele exclamou
Na vida o mais importante
É Amar, seu semelhante
E a Deus, que lhe criou. Fim.