CIDADE FANTASMA
Visitei uma cidade
No interior do estado,
Ouvi um monte de histórias
E contos mal assombrados.
Foi tanta coisa esquisita,
Fiquei até abismado,
Até fantasma era amigo,
Desse povo abestalhado.
Saí de lá quase doido,
Com o cabelo arrepiado.
Dizem que até o prefeito
Era meio atrapalhado.
Contaram que certa vez,
O fulano desapareceu,
Alguns dizem que o velho,
Bateu as botas e morreu,
Mas outros acham o contrário,
Foi uma onça que comeu.
Falaram até que o coitado,
Com tanto medo escondeu.
Ninguém enxergava era nada,
A cidade era um breu,
Depois de tanta confusão
Quem quase morre fui eu.
O tempo que fiquei hospedado
Foi o mais horripilante,
Povo gritando assombrado,
Gente tocando berrante.
Nunca vi tanta baderna,
Numa cidade distante.
Tinha gato preto escaldado,
E papagaio falante,
Bichos que fugiram do circo,
Nas costas de um elefante.
Gente pedindo socorro
Com um velho alto-falante.
Deus que queira me livrar
De voltar nesta cidade
Não quero saber deste povo
Nem por curiosidade.
Falaram tanta doideira,
Mas não ouvi nem a metade.
Uma mulher virou bruxa,
De tanto ensinar a maldade.
Credo em cruz mais uma vez,
Parece até vaidade.
Desse povo esquisito,
Que Deus tenha piedade.