O cordel

Os cordéis são sentenças

De muitos tirocínios

Parece até uma canção

Palavras de raciocínio

Com muita formatação

Tem esmero e tem paixão

Admiração e fascínio

Manifestação da arte

E do saber popular

Quem tudo conhece

Aqui e em qualquer lugar

Manejo da caneta

Traçado com a vareta

Do que veio para ficar

A alegria se manifesta

Da cabeça até as mãos

É o estudo das palavras

Tem até graduação

A língua desenrola

Sai da boca pra fora

Recitadas pelo artesão.

Lamentos e suspiros

Tem folhetos de cordel

Murmurados do nada

São grafados no papel

Juntando as sílabas

Letras entrelaçadas

Como linha no carretel

Tantas rimas virtuosas

Que denotam fonemas

Desprovidas de notas

Elas formam tormentas

Soletradas do nada

Soltas e deslocadas

Harmonizam a sentença

E se destoam em notas

Mesmo graves e agudas

Sem destaques sem artes

Requintadas em estufas

Que se perdem no tempo

Levadas pelo vento

No sereno e na chuva

Nos desafios e cantorias

Nas festas e nos eventos

Nos teatros e nas feiras

Expostas nos cimentos

Para qualquer situação

Ritmo do meu coração

Gera o conhecimento

Rroberto Matos
Enviado por Rroberto Matos em 21/11/2014
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