O cordel
Os cordéis são sentenças
De muitos tirocínios
Parece até uma canção
Palavras de raciocínio
Com muita formatação
Tem esmero e tem paixão
Admiração e fascínio
Manifestação da arte
E do saber popular
Quem tudo conhece
Aqui e em qualquer lugar
Manejo da caneta
Traçado com a vareta
Do que veio para ficar
A alegria se manifesta
Da cabeça até as mãos
É o estudo das palavras
Tem até graduação
A língua desenrola
Sai da boca pra fora
Recitadas pelo artesão.
Lamentos e suspiros
Tem folhetos de cordel
Murmurados do nada
São grafados no papel
Juntando as sílabas
Letras entrelaçadas
Como linha no carretel
Tantas rimas virtuosas
Que denotam fonemas
Desprovidas de notas
Elas formam tormentas
Soletradas do nada
Soltas e deslocadas
Harmonizam a sentença
E se destoam em notas
Mesmo graves e agudas
Sem destaques sem artes
Requintadas em estufas
Que se perdem no tempo
Levadas pelo vento
No sereno e na chuva
Nos desafios e cantorias
Nas festas e nos eventos
Nos teatros e nas feiras
Expostas nos cimentos
Para qualquer situação
Ritmo do meu coração
Gera o conhecimento