Da mansão a prisão
Gabiru era seu apelido
Seu nome era João
Não tinha cara bandido
Nem uma boa ocupação
Vivia sempre escondido
Devido a sua função
No que na vida praticava
Agia sempre com agilidade
Sua caça sempre observava
Com muita tranquilidade
Na noite sempre trabalhava
Nas ruas da pequena cidade
Agia sempre de noite
Nunca durante o dia
Gabiru sempre afoite
Com talento investia
Ouvindo do guarda o açoite
Depressa logo fugia.
Baixinho, gordo e galegão
Parecido com um cururu
Roubar era sua profissão
Pulava feito um canguru
Devido a sua ocupação
Lhe deram apelido de gabiru
Gabiru saindo para roubar
Encontrou uma bela mansão
Procurou por onde entrar
Achou aberto o portão
Foi entrando devagar para
Pra não causar confusão
Na mansão tudo era de valor
TV de alta definição
Ar condicionado pro calor
Som de ultima geração
Um potente computador
Tudo aromado no salão
Na cozinha entrando
Muita comida encontrou
Foi logo se assentando
Pois gabiru era comedor
De tudo se alimentando
Na mesa nada sobrou
A noite foi se adiantando
Gabiru sem perceber
Que o tempo tava passando
Que o dia tava pra amanhecer
Em cada sala entrando
Pois tudo queria ver
Da sala a cozinha tudo encantava
Com os olhos percorrendo
Cada espaço que estava
Com as mãos escolhendo
Tudo que lhe agradava
Dentro do saco recolhendo
Gabiru entrou no quarto
Que era grande e frio
Quase teve um infarto
Do medo que sentiu
Do monstruoso lagarto
Que ali ele viu
Do quarto saiu correndo
Ligeiro e Todo desmantelado
Aporta aberta esquecendo
Indo pra qualquer lado
Escapar do lagarto querendo
Pra não se abocanhado.
Em uma varanda chegando
Tinha uma boa rede enrolada
A rede foi logo desenrolando
Nela deu uma boa balançada
Seu corpo na rede acomodando
Pra tirar uma boa cochilada
À noite tava comprida
Mas também sossegada
Com as horas dissolvidas
Gabiru não pesava em nada
Estava satisfeito com a vida
Pesando que ser dele a morada
A noite findou, o sol brilhou
Gabiru não percebeu
O dono da mansão chegou
Viu que algo estranho aconteceu
Cada parte da mansão olhou
Gabiru dormindo encontrou.
Vendo ali aquele sujeito
Logo ficou amedrontado
Não ficando satisfeito
Com que tinha encontrado
Disse nisso vou dá um jeito
Foi logo ligando pra o delegado
O delegado na mansão chegou
Logo foi entrando devagarzinho
Gabiru do cochilo despertou
Pesando que estivesse sozinho
Esticando-se todo, se espreguiçou
E disse tá na hora de voltar pro ninho
O Delegado é bravo e de respeito.
Do tipo do antigo xerifão
De óculos e estrela no peito
De algemas e arma na mão
Hoje eu prendo esse sujeito
E lhe coloco dentro da prisão
Gabiru quando se preparava
Pra ir embora da mansão
Viu o delegado que gritava
Esteja preso seu ladrão
Da varanda gabiru pulava
Se lascando no chão
Do chão sem poder levantar
Foi logo procurando explicação
Para o senhor delegado contar
Tinha que ser boa a justificação
Para poder o delegado enganar
Para aliviar a sua situação
Gabiru bem quietinho ali ficou
Parecendo que tinha morrido
Quando o delegado se aproximou
Para prender o tal bandido
Gabiru abriu o olho e fechou
Estrebuchando deu um gemido
O delegado a cena observando
Disse nessa falcatrua caio não
Vá logo depressa se levantando
Antes que piore a sua situação
Trate de ir me relatando
O que você veio fazer na mansão
Gabiru do chão se levantando
A sujeira do corpo bateu
Foi tim por tim vexado falando
O que tudo ali ocorreu
Confessando que tava roubando
Tudo que no saco recolheu
Gabiru também falou
Que nunca dormia em ação
Mas naquela noite vacilou
Devido a sua empolgação
Quando na rede se deitou
Pesando ser dono da mansão
O delegado deu uma risada
De todo aquela situação
Disse que na sua caminhada
Nunca viu se quer um ladrão
Em ação dá tamanha cochilada
Que lhe rendesse a prisão
Sandro Pereira 21-12-2014.