IRONIAS DA VIDA!

IRONIAS DA VIDA!

Silva Filho

Do meu suado salário

Dou ao Imposto de Renda

Quase uns trinta por cento

(pra receber u’a comenda?)

Se não compro uma casa

E não há carne na brasa

Não há razão pra contenda.

Quando compro alimentos

O sorriso vem ao rosto

O que pesa na balança

Tem o nome de IMPOSTO;

Essa parte da comida

Nem precisa ser fervida

Para não perder o gosto.

Ao entrar numa farmácia

A dor passa só com o preço

Com um pouco de esforço

O problema eu esqueço;

Como não tinha Receita

Eu faço a coisa bem feita

E volto ao meu endereço.

Diz o dono da farmácia

Que o Imposto é componente

Que está em qualquer fórmula

Seja qual for a patente;

É o produto mais ativo

Com um efeito efetivo

Para casos recorrentes.

Antes fui ao Hospital

Pra pegar uma Receita

Vi o doutor entalado

Numa área bem estreita;

No Depósito de doentes

Tem nome de PACIENTE

Quem chega lá e se deita.

Desisti da Medicina

E peguei uma avenida

Pensando encontrar alguém

Que me desse uma saída;

Mas cortando o meu trajeto

O que chamei de inseto

FOI UMA BALA PERDIDA.

Inda bem que o progresso

Está chegando ao nosso chão

Pelo canal competente

ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO;

Professores são bem pagos

E se hoje não são Magos

É POR SIMPLES DISTRAÇÃO.

Sei que ainda vamos ter

Só um IMPOSTO vigendo

Todo mundo empenhado

Para não ficar devendo;

Sem qualquer sonegação

O BALANÇO DA NAÇÃO

Já não estará morrendo.

SÓ MESMO A OPOSIÇÃO

(Delirando de malária)

Tem coragem de propor

NOVA CARGA TRIBUTÁRIA;

CIDE sobre a gasolina

Sobre a LUZ (que ilumina)

Essa crise monetária.

Mesmo assim eu tenho orgulho

De viver neste torrão

Os impostos são pesados

Mas não há malversação;

TRIBUTOS BEM APLICADOS

PROJETOS FISCALIZADOS

NÃO DÃO CHANCE PRA LADRÃO!