CONTO DE FADAS!
CONTO DE FADAS!
Silva Filho
Cidadão é aquele Cara
(Menino bem comportado)
Que não pode usar arma
Mas pode ser assaltado
Se procura um Hospital
Tem o funeral marcado.
Não tem filho educado
Pois educação não tem
Com muitos quilos de livros
O jovem se faz refém
Dum besteirol desgraçado
Que não serve pra ninguém.
Se o cidadão diz amém
É porque não tem escolha
O professor se esforça
Mas não vence tantas folhas
Na cabeça do estudante
Há um festival de bolhas.
O futuro assim desfolha
E a família faz um esforço
Com tamanho sacrifício
Paga caro um REFORÇO
Sabendo que a Escola
Não faz mais que um escorço.
O cidadão tem o corso
De quem paga muito imposto
E sem ter qualquer retorno
Só faz isso a contragosto
Seu salário é confiscado
Pra completar o desgosto.
O Cordel isso tem posto
Pra melhor esclarecer
Que a tal DEMOCRACIA
É a arte de esconder
Os desvios de recursos
Que ninguém pode saber.
Quem paga pra isso ver
Nada tem de patriota
Está sendo enganado
Como pobre Idiota
Os políticos dão as cartas
Como dão os agiotas.
Os espertos têm a rota
Pra encontrar o dinheiro
Que o Povo depositou
Pra o progresso brasileiro
Como o progresso demora
O ladrão chega primeiro.
O cidadão prazenteiro
Tenta levar sua vida
Da melhor forma possível
Esperando por guarida
Se consegue comprar carro
Sua paz está perdida.
Passando por avenida
Nunca vai poder parar
Se não sofre um assalto
Vaga não vai encontrar
Ao lembrar dum coletivo
Sente dor só em pensar.
Se um conselho posso dar
O bom cabrito não berra
Se a coisa fica preta
Quem não se engana, desterra
O sonho que vai morrendo
O cidadão logo enterra.
O Brasil sempre emperra
Mas o cidadão vai bem
Nada falta na despensa
Nem na panela também
O mais pobre no Brasil
Tem muitas notas de Cem.