NAS ONDAS IMPETUOSAS DA RELIGIOSIDADE.
NAS ONDAS IMPETUOSAS
DA RELIGIOSIDADE.
I
Humildemente me ponho
Pois não sou egocentrista
Que acha que só é certo
Seu pobre ponto de vista
Mudo a minha opinião
Vencido pela Razão
A Verdade me conquista.
II
Visto não ser um autista
De pensamento abiótico
Com a mente atrofiada
Sem força ou amniótico
Eu examino uma idéia
Como o santo da Beréia
Refuto o que for caótico
III
Desse apanhado sinótico
Doutrinário da história
De plano eu posso ver
Que os louros da vitória
Nem sempre é do valente
Que partiu logo na frente
Numa carreira ilusória.
IV
Vejo que pela vanglória
Muitos têm se aventurado
Ufanosos num caminho
Achando certo o errado
Quando o errado é o certo
Por se achar muito esperto
Tem se auto idolatrado.
V
Por isso está algemado
Na corrente do achísmo
Caminhando como cego
Para o profundo abismo
Com a grande multidão
Que reza na procissão
Cultural do sincretismo
VI
Seguindo um catolicismo
Que Roma tem inventado
Onde o santo e o profano
Estão junto e misturado
Depois que apostatou
Do que Jesus ensinou
Para Pedro no passado
VII
Nisso tem se desviado
Do caminho da verdade
Para as abominações
Dos ídolos da vaidade
Da luxuria e da riqueza
Desprezando a pureza
Do Amor na Caridade
VIII
Preferindo a majestade
Do chefe de um estado
Que usa o nome Deus
Para manter o reinado
Pelo medo e o engano
Pois um déspota tirano
Não quer ser contrariado
IX
Jesus já tinha falado
Desse tipo de obreiro
Que faz da sua igreja
Uma espécie de terreiro
Do panteão em que creu
Que invoca quem morreu
Como um bruxo feiticeiro
X
Que por amor ao dinheiro
Até Deus tem desprezado
Dizendo sou muito rico
Jamais serei abalado
Porém o pobre infeliz
Por não saber o que diz
Miserável é seu estado.
XI
Por ser como um aleijado
Que não move um artelho
Estes “anjos” nas igrejas
Não ficam mais de joelho
Perdeu o primeiro amor
Nem do bom consolador
Deseja ouvir o conselho
XII
Ainda que um espelho
Mostre nele o pecado
Seu orgulho narcisista
Não deixa ser exortado
Por ser cheio da razão
Tal Caim, mata o irmão
Por ter Deus glorificado
XIII
Contudo está registrado
Que o orgulho é ilusão
Porém é com a Verdade
Que os humildes reinarão
Pois o Céu é para o nobre
Rico que se fez um pobre
Humilde de coração.
XIV
Com isso a minha visão
Mudou do ver para crer
Lendo o santo evangelho
Foi que eu pude perceber
Que eu estava enganado
Pois fui ensinado errado
O certo é crer para ver.
XV
Para ninguém perecer
Cheio da própria razão
Guarde aí este conselho
Dentro do seu coração
Que Jesus deu a Tomé
Dizendo tu não tens Fé?
“Seja crente meu irmão!”.
XVI
Pois já dizia o Barão
Em sua prosopopéia
Que o mudar não é feio
Dessa para aquela idéia
Feio mesmo é não mudar
Somente para agradar
Uma pobre patuléia.
XVII
Que sofre da apnéia
De um sono espiritual
Por ter a mente afetada
Com o pecado original
Não pode pensar direito
Sem a Graça, não tem jeito
Só se inclina para o mal
XVIII
Essa plebe universal
Comum na sua origem
Espalhada pelo mundo
Sofre de muita vertigem
Por não ter entendimento
Como o asno solve o vento
Quando a morte lhes afligem
XIX
Pois sabem que se dirigem
Para um abismo infernal
Pela a Lei na consciência
Que mostra o bem e o mal
Desde que comeu do fruto
Têm um poder resoluto
Para escolher seu final.
XX
Mesmo nesse lodaçal
De total depravação
Ainda tem o poder
De fazer sua opção
Entre certo e errado
Falar ou ficar calado
Tem a livre decisão
XXI
Para tomar posição
Ele tem um dom real
Que dele não foi tirado
Pois antes de ver o mal
Deus fez a advertência
Dando a ele a ciência
De um preceito moral
XXII
Este é o ponto fulcral
Que dá o tom da peleja
Entre os que aparecem
Como um doutor na igreja
Defendendo uma corrente
De um Teólogo Eminente
Que quer do bolo a cereja.
XXIII
Quando o orgulho sobeja
Lançam de si as correntes
Para prender os “meninos”
Com doutrinas diferentes
Costuram de novo o véu
Botam ferrolhos no céu
Para limitar os crentes.
XXIV
Com teses incongruentes
Que vão de encontro a Luz
Dos verdadeiros ensinos
Que levou o Cristo à cruz
Provando o Amor de Deus
Por todos os filhos seus
Que pela fé se conduz
XXV
Quando ali Ele introduz
A Graça da liberdade
Dando a sua própria vida
Por toda a humanidade
Nisso qualquer pecador
Que aceita o seu favor
Será filho da verdade.
XXVI
Pela Graça da bondade
Que a Deus é inerente
Tendo Ele a derramado
Para salvar todo crente
Que entender o propósito
De guardar o seu depósito
Como um filho obediente.
XXVII
Vivendo aqui consciente
Desta grande salvação
Que recebeu pela fé
Para ter a comunhão
Com o Eterno Eu Sou
Que a todos predestinou
Numa sublime eleição
XXVIII
Garantindo a salvação
Para quem está firmado
Na Fé em Cristo Jesus
Que venceu todo pecado
Porém sem fé nessa lida
Do santo livro da vida
Terá seu nome riscado.
XXIX
Quem tiver acorrentado
Nos elos do Hedonismo
Que ensinava o Pelágio
Com seu Universalismo
Enrustido na serpente
Picou Kardec na mente
Gerando o Espiritismo.
XXX
Somente o Cristianismo
Tem ao homem alertado
Falando de um espírito
Camaleão camuflado
Cheios de filosofia
Doutor em teologia
Cujo nome é apagado.
XXXI
Por isso muito cuidado
Com a onda no modismo
Que surfa o remonstrante
Com seu Arminianismo
Como é bem aventurado
Quem nunca tiver surfado
Na prancha do Calvinismo
XXXII
Pois podem ir ao abismo
Quem entra na discussão
Entristecendo o Espírito
Que dá interpretação
Fiel a toda Escritura
Revelando a criatura
Se ela é salva ou não.
XXXIII
No mais é tudo ilusão
Muito enfado e desatino
Pois vejo humildemente
Que os doutores, Calvino
Jacó Armínio, Agostinho
John Wesley e Martinho,
Charles Finney e Aquino
XXXIV
Moody, Spurgeon e Justino
Em uma visão simplista
No campo da salvação
Erraram o rumo da pista
Inchados pela ciência
Defendem com veemência
Seus pobres pontos de vista
XXXV
Como um ferrenho ativista
Que se prende à vaidade
Esses doutores não viram
Que o saber sem caridade
Para Deus não tem valor
Pois entristece o Senhor
Que ama a humanidade
XXXVI
Com base nessa verdade
Podemos ver na doutrina
Sobre a nossa salvação
Em Deus o amor afina
Livre arbítrio e eleição
Que por Fé se fundirão
Na Caridade Divina.
Fim.