Quem quiser que vá além

Um poema bem artístico

Começo com este dístico

Vai ser breve, eu prometo.

Pra dar-lhe alguma graça

Acrescento este terceto.

A necessidade de rima

Quase sempre é uma ladra.

Mas um poeta pra cima

Não teme um quarteto ou quadra.

A ansiedade do poeta

Por vezes o descarrilha.

Um verso bem trabalhado,

Não deve ser apressado.

Com jeitinho dá quintilha.

Um sexteto ou sextilha

Cai bem em qualquer poema.

Quem conhece não se humilha,

Não se esconde em sua ilha,

Pelo contrário, partilha

Com desapego seu tema.

A sétima ou sextilha

Também não assusta a gente.

Uma estrofe que brilha

Vai surgindo de repente.

Fica linda num cordel

Vou riscando no papel

Este verso contundente.

A oitava fica linda

Com rimas intercaladas,

Truncadas, enviesadas.

Há tanto recurso ainda!

O certo é mandar um verso

No direito ou no reverso

Com termos bem inspirados

No verso em que ela se finda.

Ainda tem a nona

E a décima também.

Quem quiser que vá além,

Nesta altura fui à lona.

Carlinhos Colé
Enviado por Carlinhos Colé em 21/05/2015
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