* A passagem da juventude *

O pai leva o filho para a floresta

Durante o final da tarde,

Venda os olhos e deixa-o sozinho.

Mas, sem querer ser covarde.

Por toda noite não podia remover

A venda só quando o dia amanhecer

Este enfrentou sem fazer alarde.

Não podia gritar por socorro.

Tinha que passar a noite toda lá,

Para poder ser considerado homem

E essa experiência poder contar

O menino estava amedrontado.

Com seus olhos vendados

Por que isso tinha que enfrentar.

Ele ouviu toda espécie de barulho,

Vozes, assobios e piados.

Finalmente o sol aparece

E seus olhos foram liberados

A venda pode ser removida

Viu que uma pessoa querida

Esteve o tempo todo de seu lado.

Seu pai sempre esteve ali

A noite inteira lhe protegendo

Afastando todos os perigos.

Mas seu filho não estava sabendo

O mesmo precisava imaginar

Que sozinho ali ia ficar

Ainda sem nada estar vendo.

Assim é a passagem da juventude

Se dá sem a gente perceber.

Sem termos venda nos olhos

Mesmo assim a gente não vê.

E a juventude vai embora

Sem dia marcado, nem hora.

Assim é o nosso envelhecer.

Claudia Pinheiro
Enviado por Claudia Pinheiro em 26/07/2015
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