* As moscas *

Certa vez, duas moscas

Estavam brincando de voar

Caíram num copo de leite

Ambas só queriam brincar.

A primeira era forte e valente,

Corajosa o suficiente

Ia procurar se safar.

Ao cair no copo de leite,

Até a borda do mesmo nadou,

Sua superfície era muito lisa

Com as asas molhadas, encharcou.

Ela não conseguiu sair.

Afundando no fundo do copo ali.

A mosquinha desanimou.

Sua companheira de infortúnio,

Apesar de não ser tão forte,

Continuou a se debater,

Aos poucos, no leite fez um corte.

Com toda aquela agitação,

Foi se dando uma transformação

E a mosca encontrou seu norte.

Um pequeno nódulo de manteiga,

Onde a mosca conseguiu subir,

Com muito esforço, levantou vôo

Para um lugar diferente dali.

Sem dúvida a sua paciência,

Tranqüilidade e persistência

Sem dúvida, ajudou sair.

Tempos depois a mesma mosca

Por descuido ou acidente

Ou quem sabe ironia do destino

Caiu no copo novamente.

Começou a se debater,

Na esperança de acontecer

O seu salvamento de repente.

Outra mosca passando por ali

E vendo a companheira em aflição

Pousou na beira do copo e gritou:

- Tem um canudo ali, atenção!

Nade calmamente e vá até lá

Suba pelo canudo que dá!

Assim terá sua salvação.

A mosca não lhe deu ouvidos,

Baseando-se na sua experiência

Que anteriormente deu sucesso,

Se debatia com mais frequência

Até que, exausta no copo afundou

Ali paradinha ficou

Acabando com sua existência.

Quantos de nós, baseados

Em experiências anteriores,

Deixamos de notar as mudanças

E atualizações posteriores.

E nos esforçando para alcançar

Os resultados que queríamos chegar

E afundamos aos horrores.

Claudia Pinheiro
Enviado por Claudia Pinheiro em 08/08/2015
Código do texto: T5339557
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