NO MOSQUEIRO DE EDGAR...

Lá em frente à faculdade

Tem um bar que na verdade

Mais parece um formigueiro

Que é de um amigo querido

Recebendo o apelido

Carinhoso de: “mosqueiro”.

A cerveja é dois reais,

Quem for não se esquece mais

Daquele belo ambiente...

E os universitários

Tem seus encontros diários

Com tira-gosto e aguardente.

São instalações singelas,

Dez pratos, sete panelas,

Quatro mesas e um banheiro,

E em relação aos talheres

Tem dezessete colheres,

Cinco facas e um cinzeiro.

O tira-gosto é umbu,

Goiaba, manga, caju,

Brote seco ou salgadinho,

E um frango com mais de um mes,

Que ele jura pro freguês:

- Esse aqui tá bem novinho.

Tenho um amigo “negão”

Que bebe mais do que o cão

Nesse bar que estou narrando,

Que comeu lá um “picado”

Chegou na classe cagado,

Com pressão alta e suando.

Nome: Joel Avelino,

Um cidadão muito fino,

De aparência quase estática...

Que pra mim não tem defeito,

É aluno de direito

E professor de matemática.

Joel num dado momento

Mudou seu comportamento

E nem pensa em estudar...

Pois chega feliz da vida

Atravessa a avenida

E vai direto pro bar.

E esse dito Joel,

Gritou pedindo papel,

Já que estava no banheiro,

Edgar disse sem medo:

- Limpe o furico com o dedo

Depois lave no chuveiro.

A cerveja lá é “sol”

Poucas vezes tem “Skol”

E nem sempre tá gelada,

Mas como eu bebo fiado,

Bebo essa “lepra”, calado,

E saio sem dizer nada.

Mas confesso claramente

Sinto-me muito contente

Com a existência desse bar...

Pois fazemos terapias

Bebendo todos os dias

No mosqueiro de Edgar...

(Nizardo)

Poesia registrada

Xerinho.