Filosofia de um poeta aloprado

Quando Deus resolveu criar o mundo

Demonstrou a maior sabedoria

Pôs a boca do sino para baixo

Pôs pra cima a boca da bacia

Misturou o feijão com a farinha

Separou a raposa da galinha

Destacou a feiura da beleza

Fez da noite a antítese do dia

Fez do riso uma marca da alegria

E da lágrima marca da tristeza

Pôs a ponta num lado da agulha

E no outro um buraco para a linha

Colocou na frente a porta da sala

E atrás pôs a porta da cozinha

O pavio ele pôs dentro da vela

Já o cabo pôs fora da panela

Fez o vento soprando para a terra

E o rio correndo para o mar

O perdão para a gente perdoar

E a paz para por um fim à guerra

Pôs o “A” no início do alfabeto

E o “Z” colocou no seu final

Pra chorar fez o Dia de Finados

Pra sorrir ele fez o carnaval

Pra jogar futebol fez o Pelé

E o pão pra comer com o café

Fez o sol para ser a luz do dia

E a lua pra noite iluminar

A mulher ele fez pra o homem amar

E também pra ser musa da poesia

Edmilton Torres
Enviado por Edmilton Torres em 12/09/2015
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