CORRUPÇÃO

Termo estranho,

de boca em boca ele anda

tanta tramóia comanda,

não sei bem o seu tamanho.

Fala-se dele no correio, no corredor,

no banco, na repartição,

na loja, no salão.

No congresso, nem paga ingresso,

entra e sai, quando quer,

todo político tem acesso.

Corrupção... corre o pição...

não sei ao certo seu nome.

É homem, assombração?

é tão falado esse sujeito!

a ele todo meu respeito!

que companheirão!...

Este senhor de quem falo

hoje comanda nosso País.

É ele o Presidente?

ou um conselheiro somente?

em tudo , mete o nariz.

Eita sujeito famoso!

ou será um travesti?

meretriz? Garota de programa?

pois, a tantos faz feliz!

Nada sei, de tudo que sei,

só sei, que pouco sei

deste Fulano,

Cicrano, Beltrano,

um furacão que causa dano

maior que um tsunami.

Merece aplausos,

medalha, condecoração.

É um corajoso!

Espalha migalhas de dinheiro, de pão

na mesa do desafortunado.

Na mesa do abastado...

espalha luxo, ostentação.

Ao pobre, sem o cedilha dá a maior força;

joga pra cima, grita: - Avante! Meu irmão!

sobe a ladeira, pega a mala , com ela escala

os degraus da salvação.

Ajude a fortalecer nosso partido

enche nosso saco de suor sofrido...

Cheio de esperança na melhora de vida,

sem entender bem o discurso enrolado,

Sem um dicionário que decifra o que um político fala;

o eleitor, coitado!, enche aquela mala,

com imposto, que lhe é imposto,

com míseros trocados, repassados num mínimo salário...

enche o saco do salafrário.

Os dias vão passando,

os trouxas só levando.

A esperança ruindo...

a conclusão que se chega,

é que a cédula era vesga

na hora da eleição.

Com o traseiro em chama

o cidadão só reclama da nefasta posição.

De gato e sapato foi feito o pacato.

Jogado de quatro, de lado, de costas,

papai e mamãe, sessenta e nove vezes no ano,

de hora em hora, a coisa piora...

Quanta humilhação!

Amedrontado, infeliz, o violentado apenas diz:

- Por favor deputado, senador, meu companheirão!...

aceito que me invada, aceito que me exploda.

Estrangulou-me o pescoço com a força sem cedilha,

enfartou-me a esperança com a desilusão.

Poupe- me o resto,

seja uma vez correto:

não tire a cedilha do pição!

Fatima Paraguassú
Enviado por Fatima Paraguassú em 23/06/2007
Reeditado em 08/09/2011
Código do texto: T538516
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