PRESENTE INUSITADO PARA O FUTURO

Dois mil e cem é o ano
No futuro lembrando o passado
Um POETA tocando piano
E outro artista do lado sentado

O piano faz parte da rima
E a rima enfeita o poema
Pois a música é arte que anima
Faz da mente sair um problema

No jazigo lá no cemitério
Uma vaga ganhei de presente
No presente eu conto um mistério
De coveiros guerreiros valentes

Sete palmos na vida cavando
Pra na morte alguém enterrar
E a vida assim vão levando
Quando a morte uma vida encerrar

O contraste da vida e da morte
No momento de uma tristeza
Demostrando na arte ser forte
Com destreza e delicadeza

No talento sorriso é tristeza
Por saber ser a arte do fim
Mesmo assim eles provam destreza
Pois só eles conseguem assim

Profissão de coveiro por DOM
Poucos podem esse DOM receber
São da pá com a enxada o som
Que esta arte se faz perceber

Lá na Mata Rubão foi coveiro
Pra Pesão passou o legado
Mas os dois não foram os primeiros
Porque outros grifaram o passado

Do presente eu vou ao futuro
E retorno ao fato narrado
O piano tocado no escuro
Uma música que lembra o passado

No passado daquele futuro
No presente aqui vou dizer
Este enredo não é obscuro
Pois clareza aqui vou trazer

Acontece que num belo dia
O poeta com TAN foi falar
Conto agora com humor e alegria
Pois o assunto não quer se calar

A morada em um cemitério
O jazigo de TAN a razão
Que o poeta levando a sério
Aceitou do amigo a questão

O jazigo estranho presente
Pra o poeta não tem nada igual
Toda arte se faz diferente
Não é cópia por ser desigual

O poeta o TAN e o coveiro
Cada um tem a sua missão
Não importa quem é o primeiro
Cada um tem a sua versão

O poeta de tudo faz arte
E o TAN faz sua arte também
E o coveiro sua arte reparte
Esse mundo com mundo do além

O coveiro tem porta pra abrir
Para todos que o tempo findar
Mas conheço um tal colibrir
Que com arte fez isso mudar

Sua porta o mesmo já fez
Este fato usou de critério
Já prevendo o futuro talvez
Fez morada lá no cemitério

Do futuro aqui já falei
Do passado eu quero falar
Dois coveiros aqui registrei
E outros três eu vou registrar

João Bazé foi coveiro na Mata
Essa ARTE o mesmo fez bem
E a poesia seu nome relata
Pra deixar sua marca também

Faço agora também homenagem
A coveiros que não vi igual
Abrir covas com muita coragem
Sem cobrar de ninguém um real

Fazer isso voluntariamente
Solidário naquilo provar
Por fazer seu trabalho cedente
Quando iam com arte cavar

De ninguém um centavo cobravam
Fazer isso os seres irmãos
Mãos marcadas com calos ficavam
Inspirados no bom coração

Mas na morte veio a ironia
Que o dinheiro essa arte mudou
Pra família tristeza e agonia
Pra se ter uma cova pagou

Atenção para este relato
Os coveiros se foram pro além
E a cova um fato ingrato
Só abriram pagando alguém

E Eupídio com Otaviano
Para Mata deixaram lição
Não devemos mudar nosso plano
Nem que o fim nos remeta a questão

Pois sua arte fizeram com amor
Muita gente puderam ajudar
Fazer arte não foi um favor
Foi uma forma de o mundo mudar

E mudar não é impossível
Pois com arte podemos fazer
Gentileza é coisa incrível
Nem na morte se pode esquecer

E agora falando de DEUS
Nessa arte nós vamos lembrar
Do evangelho segundo Mateus
Com lições podemos provar

Sendo exemplo na morte e na vida
Jesus Cristo só fez boa ação
No seu tempo bem antes da ida
Ressuscitou e mostrou seu perdão

Trago agora então o princípio
Que citei um futuro passado
Mas será no momento propício
Pois o trato já é confirmado

E pra TAN agradeço o presente
O jazigo vai me aguardar
No futuro eu toco pra gente
O piano que estava a falar

E pro tema ficar contundente
Quero o fato assim encerrar
Que o coveiro enterra a gente
Para gente o coveiro enterrar
MAL EVANGELISTA
Enviado por MAL EVANGELISTA em 31/07/2016
Código do texto: T5714678
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