Desabafo
Levei agora uma punhalada no meio do peito esquerdo
Perfurou profundamente meu coração
Desta vez não guardarei segredo.
Podem preparar meu caixão
Estou tremendo neste instante
Penso até mesmo em suicídio
Sou fracassado e insignificante
Eu queria ser bastante querido
Quando eu vinha para casa chorando
Deu vontade de quebrar tudo que eu via pela frente
As pessoas ainda ficaram me criticando
Passam inúmeras coisas na mente
Descrevo o desabafo através desta poesia
Todos zombavam e riam
Eu ainda com fé insistia e persistia
Mas aos poucos eu morria
Perto da escola eu soube do Show de talentos
Conversei com um amigo meu e ele nem me falou do assunto
Na praça havia muito movimento
Ao ter curiosidade perguntei a alguém que passou de junto
Pedi a um cara para ver com um professor para eu apresentar
O educador mandou me dizer para eu falar com a diretora
Fui na secretaria e ela disse que talvez daria para me encaixar
Aí ansiosamente eu conversava com a opressora
A expectativa era grandiosa, deu um frio na alma
Assisti aquela multidão aplaudindo os artistas
Eu nem conseguia manter a calma
Por causa de humilhações sou pessimista
Eu imaginava que eu ia declamar antes das premiações
Mas eu me enganei feio, o povo ia embora
Ao ser ignorado resolvi tomar uma decisão
Eu desloquei do lugar e fui disfarçar lá fora
A plateia quase toda se espalhou
Nem sei se me chamou
Confesso que aquilo me machucou
A dor continua, ainda não passou
Vou sair sem graça na rua, cabisbaixo, tristonho
Já realizei parte do meu sonho
Não sou orgulho da cidade, mas já recitei na televisão
Estudei até me formar naquela escola, serei reconhecido na nação
Findo a mensagem, os humilhados serão exaltados
Deus não abandona ninguém
Pensarei no presente e esquecerei o passado
Atualmente sou desvalorizado, expressar no papel me fez bem.