Entre Portas Abertas

Com alunas da pedago

Essa história começou

Nos estágios de infantil

Muito se observou

Vamos agora relatar

O que se vivenciou

Do estágio que ela fez

Essa menina vai falar

Das crianças que brincavam

Numa escola particular

Todos tinham até dois anos

E adoravam se sujar

Não pense que era fácil

Conseguir acompanhar

As diversas brincadeiras

Que eles tentavam criar

Boneca, bola, carrinho

E papel para pintar

E agora a Camila

Vai cantar o que aprendeu

Todo mundo acompanha

Como tudo sucedeu

No final de cada verso

Vocês façam como eu

“O macaco pisa o milho

No pilão da Sapucaia

Ele pisa, ele cessa

Na barra da sua saia

Ele pisa, ele cessa

Na barra da sua saia”

Pra vocês que acham pouco

Histórias tem de montão

Camilinha vai falar

Como encheu seu coração

Com crianças de cinco anos

Brincando de pé no chão

A árvore era escada

Pra tanta imaginação

Pula pula e pega pega

Tudo em cima do colchão

Num reino que era gigante

Habitava um dragão

Percebendo o corpo humano

A Crismara era fera

Muita gente duvidava

De tudo que a corda era

Bate bate sem parar

Quem aguenta essa espera?

Pois agora eu vou dizer

Eu agora vou contar

Do estágio que eu fiz

E que foi de inebriar

Na Creche Central da USP

Não parava de brincar

Tinha música e dancinha

Pra ninguém ficar parado

“A danada da pulguinha”

Não há nada comparado

Bastava a primeira nota

Pra soltar o requebrado

Não há nada mais legal

Do que essa liberdade

Aqui dentro ou no quintal

Não importa minha idade

Brinco do que eu quiser

Ai, ai, ai... Quanta saudade!

Na hora da refeição

A gente pode brincar

Vamos todos bater copos

Que a Claudinha vai cantar

Ovo, suco, fruta e bolo

Ai, eu vou me lambuzar!

Na hora da contação

A história não importa

Eu quero mesmo é ver

O que há atrás da porta

Vamos sentar numa roda

E ela pode até ser torta

Vou passar pra Isabelle

O direito dessa prosa

Que acordava bem cedinho

E não era preguiçosa

Para creche ela ia

Parecendo uma rosa

Dia a dia com bebês

Pra poder observar

Toda hora era hora

Hora boa de brincar

A chapinha tava ali

Pro cabelo alisar

Café com pão, café com...

Eu não quero mais comer!

Esfarelo esse pão

Pra mostrar o meu poder

Tinha “tia” que brigava

Mas não tinha o que fazer

Mas não pense que era assim

Que com a Sara acontecia

Brincadeira começava

E um adulto aparecia

Vamos todos ficar quietos

Se não vai para Maria!

Na hora de ir pra roda

A cabeça até doía

Só de ver aquela garra

A criança estremecia

Todos de perna de índio

“Veja só que alegria!”

Muitas vezes os bebês

Não sabiam o que fazer

Pra fugir da vistoria

Que os tentavam submeter

Quantas regras vocês acham

Que os parques devem ter?

Dessa nossa experiência

Muita coisa foi tirada

Sendo boa ou ruim

Não pode ser descartada

Vamos ver com olhos livres

Toda essa criançada

Julyana Cavalcante Teixeira
Enviado por Julyana Cavalcante Teixeira em 20/03/2017
Código do texto: T5946619
Classificação de conteúdo: seguro