A palmatória de hoje em dia

A palmatória de hoje em dia

Tem coisas que não entendo

Não compreendo a razão

E peço aos professores

Me dêem uma explicação

Quando é que um aluno

Merece uma suspensão?

Hoje em dia a educação

Dá uma de progressista

Tem professor que lutou contra

O sistema escravagista

Mas vejo que não mudou

E por favor não insista

Não insista em dizer

Não insista em falar

A educação com o progresso

Fez mesmo foi piorar

Mas muitos com a peneira

Procuram o sol tapar

Procurando o sol tapar

Usando uma peneira

Usam ainda o castigo

Que é uma grande besteira

Com três dias de suspensão

O aluno fica de bobeira

Já é um grande desafio

O jovem na escola ficar

Diante de um mundo complexo

Que está a sufocar

Com diversões sem sentido

Presente em todo lugar

É ainda na escola

Que muitos encontram abrigo

Onde por algum momento

Ficam longe do perigo

Buscando o conhecimento

Como verdadeiro amigo

Mas existe uma lei

Contra a indisciplina

E existe punição

Que você nem imagina

Pois é ainda castigando

Que a escola ‘ensina’

Por isso o aluno hoje

Vive muito inseguro

Agindo sempre com medo

Tateando no escuro

Chegando na escola atrasado

Decide pular o muro

Quer entrar de qualquer jeito

Mesmo estando atrasado

Pula o muro da escola

Mesmo sendo vigiado

E recebendo o flagra

Nesta hora é condenado

Suspenso por 3 dias

Passado a tinta e papel

Não adianta insistir

Nem implorar para o céu

Agora para a escola

Este aluno é um réu

Um aluno que é suspenso

Porque queria entrar

Sai vagando sem destino

Na praça a namorar

Ou vai para a internet

Passa o tempo a acessar

Dá vontade de brigar

E ás vezes se enrola

Dá vontade de beber

E até de cheirar cola

Mesmo achando uma droga

Queria tá na escola

Outros que estão lá dentro

Às vezes querem sair

E novamente é o muro

A forma de agredir

Será mesmo que o muro

Deveria existir?

Sei que muito professor

Que da profissão padece

Lá dentro de sua escola

Por muitas vezes esquece

Que pularia o muro

Para fora se pudesse

Foram quase dois meses

Da linda greve do estado

O aluno sem professor

Vagando de lado a lado

E eu não sei se por isso

Ele fora condenado

Por isso caros senhores

Mestres da educação

Eu me chamo Gilmara

E peço uma explicação

Quero saber pra que serve

Três dias de suspensão

Pois se for pra ensinar

A não chegar atrasado

Ou a não pular o muro

O senhor ta enganado

Pois para vencer o sistema

Precisa de aliado

Para chegar sete e dez

Sorrindo e dando bom dia

Aceitando do governo

Tamanha hipocrisia

Deve vir de muito perto

Jamais da periferia

Lá onde pela manhã

Tudo é tão diferente

Daquilo que a TV

Procura mostrar pra gente

Onde é preciso buscar lenha

Se quiser um café quente

Hoje em muitas escolas

Com tristeza e agonia

Muitos alunos são vítimas

Do braço da covardia

Enfrentando a palmatória

Que é usada hoje em dia

Não é mais a palmatória

Feita de pura madeira

É outra feita de censura

Que não é de brincadeira

Massacra aluno e professor

Hoje de toda maneira

Ass: Anastácia (anastaciarasta@hotmail.com)

Anastácia
Enviado por Anastácia em 08/08/2007
Código do texto: T597824