O Depressivo que quer sarar

Que esquisitice nos toca

Toda vez que nos lembramos

Do que sai da nossa boca

Daquilo que conversamos

Tem u´as palavras que ofende

Mesmo quando se arrepende

Daquilo e do que falamos

Outro dia me escapou

Umas palavras moles

Proseei a mais da conta

Fala que sai não se engole

Já saiu e mais não volta

Quando uma fala se solta

A gente é que se esfole

Falei da Dé Periquita

Da Jandeira e do Dodô

Falei o bicho todinho

Falei até do avô

Falei da família inteira

Falei tanto mal e asneira

Que não sei pra onde vou

Mas pessoal me desculpe

Eu estava depressivo

E quando a gente adoece

Nem parece que tá vivo

Me desculpem todos vocês

Fecho a matraca de vez

E passo a ficar ativo

Já melhorei minha vida

Saltei da cama bem cedo

Botei a doença no lixo

Ela não me mete medo

Estou saindo na praça

Com a fuça meio sem graça

Saio estralando meu dedo

Depressão é coisa horrível

Leva a gente a errar

A ficar meio escondido

Ou desandar a falar

Estou supimpa de novo

Ando pisando em ovo

Estou bom, vou trabalhar

Thales de Athayde
Enviado por Thales de Athayde em 15/08/2007
Código do texto: T608624
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