Terra em brasa

Carcarás voam prenunciando sobrevivência

Na terra de ninguém sou fora da lei

Quem dera ser comparado a lampião

Porém, não passo de um bóia fria em agonia...

Nessas bandas a ponta da lamina brilha

O chumbo da pistola acerta incautos

Não adianta virar a esquina da moita

No capim serrado da caatinga

Bode berra, calango se assusta, urubu açoita...

O olho do sol que tudo ver

Não deixa lugar pra se esconder

Cabra da peste come cobra, jacaré e preá, carcará lá de cima à espiar.

Acolá onde o velho Chico faz a curva tem de tudo e tudo dá:

Melancia, abóbora, coco, melão maracujá...

Peixe! Nem falar.

Escondida nos espinhos do matagal que adentra

A erva maldita lá é certo encontrar.

Povo guerreiro daquelas paragens

Harmonia da natureza, calor sertanejo.

Jamaveira

CARCARÁ: TAMBÉM CONHEÇO

Carcará é pássaro!

Que também conheço

e neste meus versos

quero falar deles!...

Ao menos que sejam

Pequenos os versos

mas digam verdades

que muitos conhecem.

Carcará persegue

a presa com força

desce e sobe rápido

pro alto coqueiro

onde fez seu ninho

e lá esperando

faminto os filhotes esperam por ele.

Inês Nery

Obrigado cara amiga pelos seus versos, um prazer tê-los aqui. Abç. Jota