DENTE QUEIRO
Escute meu Dortô
Que do Nordeste é oriundo
Será que sucede a todo mundo
Essa peste dessa dô?
Me responda por favor
Diga o que o sinhô fará
Pro meu dente sará
Agora que ele inventô de nascer
Tá me lascando de tanto doer
E é o dente que eu menos vou usar
Minha vida tá uma agonia
O nascer desse dente
Tá me deixando desconte
Me aperreando todo dia
Levando embora minha alegria
Eita Dortô, pelo visto não tenho salvação
É melhor levar um tiro de canhão
Essa dor me deixa todo murcho
Mió ainda era levar uma facada no bucho
Pense numa dô do cão
Tô endoidando com esse tormento
Da saga desse dente queiro
Tem remédio para nascer ligeiro?
Porque de vagarinho não guento
Dói de manhã, mei dia, a todo momento
Continuar assim não quero
Sou tão azarado que o queiro deve vir amarelo
Sei nem mais o que dizer
Mas se por causa dessa dô eu vou morrer
É mió viver banguelo.