10 - MUDANÇA DE CIDADE 1959 pulsar de um coração

10 A MUDANÇA DE CIDADE

1959 pulsar de um coração

Coimbra RDAH 3112171706

01 Dando continuação

Dos anos da minha vida

Eu quero aqui citar

Sobre as diversas idas

Entre o campo da plantação

E o nossa povoação

Na estrada percorrida

02 A princípio nas saídas

Feitas de madrugada

Logo se via um cruzeiro

Bem na curva da estrada

Dali para as Aroeiras

Três quilômetros na eira

Era um ponto de parada

03 Naquele ano em questão

Vivemos tempo sofrido

Principalmente em junho

Quando o frio era doído

No ponto das Aroeiras

Fazíamos-uma fogueira

Para um calor bem valido

04 Por vezes na caminhada

Fazíamos uma passagem

Na casa de um meu tio

Que morava na paragem

Era um irmão do meu pai

Cuja lembrança aqui vai

Como uma santa mensagem

05 Seu nome era José

De bondoso coração

Tinha uma grande família

Todos com aptidão

Cuidavam das criações

Incluindo as plantações

Sempre com boa união

06 A esposa do meu tio

Tinha o nome de Guiomar

Tinha eles sete filhos

Dos quais consigo lembrar

Josué, Murilo, Joaquim

José, que era o Zezin

E três-jovens-pra completar

06 Eram Maria e Fátima

E a bela Aparecida.

Eu citei toda a família

Por enlaçar nossa vida

Pelo fato de ser parente

Família de boa gente

Pra jamais ser esquecida

07 Mas dando continuação

Do ano, nas narrações

Digo que meu pai e eu

Tivemos tribulações

Quando para atalhar

Para o caminho encurtar

Sofremos perseguições

08 Eram de vacas paridas

Que ficavam na ribada

E sem sabermos dos fatos

Atalhava a caminhada

Por ciúme do filhote

Contra nós vinha no trote

A fim de nos dar chifradas

09 Ao fim de cinquenta e oito

Lá em casa apareceu

Um sobrinho do meu pai

E um conselho lhe deu

Mudarmos pra sua cidade

Pois tinha emprego a vontade

Pra meu pai e os filhos seus

10 Meu pai ficou animado

Pelo falar do sobrinho

Assim ao terminar o ano

Nós fomos dando um jeitinho

De fazer nossa mudança

Sem recurso e sem fiança

Só com pobreza no ninho

11 Fizemos os preparativos

Para as terras deixar

Pra na cidade de Franca

Futuramente morar

Depois de tudo arranjado

Fizemos nosso traslado

Pensando em não mais voltar

12 Mas tivemos prejuízos

Por mudarmos tão urgente

Até mesmo uma roça

De milho, nossa semente

Largamos pro fazendeiro

Que não quis gastar dinheiro

Mas meu pai não mudou a mente!

13 Empreendemos a mudança

Quase em cinquenta e nove

Seria mês de novembro

Do ano que aqui discorre

Era o fim de uma odisseia

Para-uma nova epopéia

Aonde-a-esperança corre