14 - MUDANÇA DE INSTINTO o pulsar de um coração utilização

14 - MUDANÇA DE INSTINTO o pulsar de um coração

COIMBRA 0901172133

01 Os anos sessenta e três

E também sessenta e quatro

Na história de minha vida

Fizeram marca de fato

De simples aviador

Comecei a me dispor

A ter mudança nos atos

02 Se eu tivesse ambição

Para me aparecer

Talvez eu hoje seria

Milionário de poder

Pois tive oportunidade

De ter na grande cidade

Recursos pra enriquecer

03 Entretanto meu pensar

Não era ganhar dinheiro

Meu ideal era voar

Em um céu de brigadeiro

No comando de um Electra

Que fazia ponte reta

De São Paulo ao Rio de Janeiro

04 Porém tive algum desânimo

Ao voar pra Agronomia

Pra fazer horas de vôo

Que a VASP exigia

Naqueles voos rasantes

Eu via meus horizontes

Composto de agonia

05 Tendo novas idéias

Surgidas no pensamento

Resolvi mudar de ares

Para um novo movimento

Fui para Santo André

Tendo a ilusão de pé

Pra ser artista de evento

06 Pelo espaço de um ano

Em rádios eu trabalhei

Usando conhecimentos

Que nos aviões ganhei

Na área da eletrônica

Minha mente teve a tônica

Porém, pouco prosperei

07 No ano sessenta e cinco

Entrei com muita saudade

Do meu tempo de menino

E minha simples cidade

Contudo eu não pretendia

Voltar pra minha família

Mas era minha vontade

08 Com os dias a passar

Gerenciando uma empresa

Empregamos um rapaz

Que estava em pobreza

Pela sua humildade

Deus pos em mim a vontade

Contratá-lo pra limpeza

09 Na indústria-eu-também fazia

Trabalhos não pertinentes

Além de administrar

Eu dava um certo batente

Manutenção dos motores

Para que os serradores

Não parassem intermitentes

10 Dois deles eram cristão

De uma igreja evangélica

E na folga do almoço

Liam a Bíblia meio aberta

Pois em tais oportunidades

Por brincadeira ou maldade

Eu jogava pedrinhas nela

11 Eles ficavam fula

Com aquela minha ação

E o rapaz que empregamos

Ria, pela confusão

Porém no segundo dia

Pela graça que eu fazia

Tive dele uma lição

12 Me disse que visitara

Uma igreja em sua vila

Nunca antes tinha ido

Num lugar de maravilha

E o livro predileto

Daqueles crentes discretos

Era uma modesta Bíblia

13 Vou parando a narrativa

Do ano sessenta e cinco

Quando no mês de abril

Tive um grande paraninfo

Foi aquele funcionário

Que me deu Bíblia e hinário

Que mudaram meu instinto!