EMPATAR

Eu não jogo pra perder

Nem tampouco pra ganhar,

Na verdade, na verdade,

Jogo mesmo pra empatar,

Porque a regra desse jogo

Diz que tem que apagar fogo

E que não vale assoprar.

Há quem diga: não tem graça,

Esse jogo só de empate,

Ninguém ganha, ninguém perde,

Então não precisa embate.

Aí é que mora o engano

Depois de tirar os panos

Tem o ritual de engate.

Cada um faz sua aposta

Um no outro, outro no um,

Sedução bola da vez

Antes desse desjejum,

Como a dançar bolero...

É um tal de: quero; quero...

Seguidos pelos: hum; hum.

Esse jogo é com as mãos,

Com a língua e algo mais,

Quem tem boca vai à fonte

Não fica nos triviais,

Enquanto um vê estrelas

Outro não consegue vê-las...

Ocupado por demais!

Um jogo sentimental

Entre jardineiro e flor,

Onde todo e qualquer ponto

É sempre ponto a favor,

Empatar é tão gostoso,

Diviniza o nosso gozo

E enaltece o nosso amor!

* Grato, belíssimas interações:

Casei-me, e quando casei, foi

"Amor a primeira vista"

'Conheci-la' numa pista

De dança, e me 'arrependei'

Foi de tantas que tomei

E a desgraça foi profunda

Feia de cara, e... rotunda

Mulé, ali não tem nada

E terminou em 'patada'

Meu amor com Clarimunda!

(Zé Roberto)

Se deu empate, ninguém

Irá sair humilhado

A vitória quando vem

Um sairá chateado

Se ninguém perde nem ganha

A torcida não se assanha

Fica tudo nivelado!

(Tiago Duarte)

Kid verso
Enviado por Kid verso em 23/03/2018
Reeditado em 01/10/2019
Código do texto: T6288282
Classificação de conteúdo: seguro