A gota diferente

Do céu caiu uma única gota

Naquele tórrido chão do agreste

O suficiente para a Quinzinho

- filho de Dona Toninha

e do Seu Raimundo -

devolver-lhe a visão,

Que antes era turva e decaída

E só lhe causava muita dor e confusão.

Esta Gota foi suficiente

para aos fiéis chamar à igreja local

E junto dos pés de Jesus

Suas maldades e queixas deixar.

Foi assim, que Dona Nóquinha

- Mulher sem muita emoção -

Passou a crer naquele instante e

Seu coração aliviou.

E dai em diante, a todos apregoava

O poder daquela Gota Serena

Que se transformara

Numa chuva próspera

Para tantas almas secas e carentes.

Houve quem nela cresse

E ao chão rachado pela dor e secura

Sua Semente lançou.

E por incrível que pareça

Meses depois, ela brotou.

Dando saborosos frutos

Muitos agricultores surgiram

E Ela Única e pequena

Sendo Uma Só

A muitos, enricou.

Em sentimentos e Atos

Tudo Ela Mudou.

Dizem que Aí

O local todinho

Com a tal gota

Enverdou!

Houve até casamentos

- Por causa de tal gota milagrenta

A muitos noivos prosperou

Encheu suas casas

de Alegrias e Filhos

Assim, suas vidas transformou.

Quem contava esses causos

As suas botas, bateu

Não para um outro mundo, de verdade

Mas, é que ele desapareceu

Pelas Estradas da Caatinga

Em busca de outra cidade

E de outra gota de lágrima

Tal qual aquela que do céu sem nuvens

Um dia verteu.

Mas antes de partir

Ele deixou, tudo escritinho

Debaixo dos pés do Senhor

para agradecer

Ao pai, ou à Mãe

(Ao certo eu não sei).

Por tal lágrima milagreira

Que àquele Agreste desceu.

Só sei

Que Sendo Única pequena

Mas grande em Amor

Tal Gota Serena

Que Naquele solo tão quente

Tudo ali serenou.

Quem nesta história

Não acredita.

Eu peço por favor

Que a outro leitor

Não a repita.

Mas, me conte outra melhor,

Por favor!

anna celia motta
Enviado por anna celia motta em 14/06/2018
Código do texto: T6363918
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