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A alma dele é revestida de um feminino invisível, transparente .. tem uns rasgos, impulsos, momentos de uma grande carência, de uma loucura clandestina. Eu o construo diariamente no meu quarto, lhe dou coloridos, lhe desordeno os cabelos, lhe deixo a barba mal-feita. Esbarro nele ... às vezes chego tão perto, tão dentro, quase no avesso ...

É meio desertor da vida, inutilmente refugiado no escuro. Delator silencioso de não ter lugar, nem importância ... Eu o deixo na madrugada, com um pouco de frio nas mãos ...

valentina
Enviado por valentina em 04/09/2007
Código do texto: T638061