O NICHO DO CRUZAMENTO

Caminhadas do COIMBRA

RLN° 170920170350

01 Numa noite de sexta-feira

Pela estrada que-eu seguia

Num lugar que ela cruzava

Com uma outra rodovia

Por ser mais de meia noite

O escuro era um açoite

Que os meus olhos sentia

02 Mais perto do cruzamento

Em meio à escuridão

Eu vi um clarão de vela

Parecendo assombração

Pois haviam me informado

Que eu tomasse cuidado

Com alguma aparição.

03 Entretanto meu destino

De andar pelas estradas

Me outorgava confiança

Para seguir a jornada

Fosse a luz algo anormal

Pra me fazer algum mal

Eu tinha um anjo da guarda

04 No céu, as constelações

Manifestavam a glória

De um santo Criador

Que fez tudo com vitória

Cada estrela que eu via

Irradiava a magia

De algo que estava fora

05 Eu seguia vagaroso

Vendo a luz irradiante

Me parecia estar vendo

Algo um tanto impressionante

Mas se fosse assombração

Seria na escuridão

A sua ação assustante

06 De repente eu senti

Em meu corpo um calafrio

Como se tivesse medo

Da luz que meus olhos viu

Pois sua coloração

Mudava de emissão

Como vinda de um pavio

07 Tendo o corpo arrepiado

Fiz na hora uma parada

Pois fiquei ali pensando

Que era-uma alma penada

Que por ali aparecia

Para quem se atrevia

Passar por aquela estrada

08 Depois de alguns instantes

Resolvi continuar

Até que cheguei bem perto

E pude então notar

Que a luz realmente era

Do pavio de uma vela

Que alguém pôs pra clarear

09 No local havia um nicho

Com uma imagem num canto

A luz da vela em ação

Era uma espécie de manto

Em minha concepção

Aquela arrumação

Era de um “pai de santo”

10 Porém como um peregrino

Acostumado a andar

Eu não dei muita importância

Pelo que eu fui notar:

Ali era um oratório

Feito de modo simplório

Com uma vela a clarear

11 Mas ao me distanciar

Ouvi alguém me chamando

E pelo tom ao falar

Deveria estar chorando

Foi então que percebi

Que havia alguém por ali

Aquele nicho velando

12 Daquela noite a lembrança

Ficou em meu pensamento

Pois pude fazer a um homem

Um grande esclarecimento

Sobre o mal da idolatria

Que nas sextas-feiras fazia

Bem naquele cruzamento

13 Pela história que ouvi

Ele vivia em tormento

E fazia as sextas-feiras

Aquele oferecimento

Mas com minha instrução

Converteu seu coração

Acabou seu sofrimento

14 Daquela noite em diante

Deus lhe deu libertação

Segui a minha jornada

Com alívio no coração

E num futuro me alegrei

Quando com ele encontrei

Como crente da Congregação