BATALHA ELEITOREIRA

O eleitor está aperreado
Sem saber em quem votar
Ele não quer ser enganado
Só quer poder participar
Já rezou até p’ra seu santo
E acendeu velas num canto
Para o barco não afundar

Pensa em votar no novo
E deixar o velho de lado
Mas teme que o seu povo
Seja de novo execrado
Está cansado de esperar
Não quer ficar sem votar
Precisa dar o seu recado

Os novos prometem absurdo
E os velhos não ficam atrás
Melhor é se fingir de surdo
Porque eles falam demais
Quem chega traz a euforia
E mal sabe que o dia a dia
Irá transformá-lo assaz

Os semblantes dos candidatos
Demonstram muito otimismo
E tentam esconder, de fato
Um pouco de seu egoísmo
Farão tudo o que puder
E se aliam até com Lucífer
P’ra saírem do ostracismo

Delatam a família inteira
Se forem chamados a depor
Se colocam em trincheira
Mas a blindam com isopor
O que conta é o poder
Ser leal... nem sei pra quê
Isso ali não tem valor

Os partidos vivem a disputa
E seus candidatos também
Com os eleitores na escuta
Muitas vezes dizendo amém
Contudo, precisam votar
Não sabem no que vai dar
Mas tem de escolher alguém

É dessa forma o dia a dia
De um eleitor inveterado
Briga com membro da família
Que não quer mudar de lado
Quer sempre poder votar
Quer ao seu partido ajudar
Mas jamais será ajudado