A roça

A roça ) fiz agora quando ví a foto) 21/10/2018

Airam Ribeiro

Aqui nun tem os ataque

Qui paçá nas televisão

Tamém nun tem zap zap

Falano mal do irmão

A nóça vida é de matuto

Aqui o sistema é bruto

Pra botá a semente no xão.

A nóça vidinha é singéla

O céu é a noça televizão

É só abrí toda a jinéla

Qui a gente vê o sertâo

Distráis tem a traméla

Quando nóis vai fexá a capela

Lá num tem nada de butão.

Aqui quando sol adormece

Pur distráis do boqueirão

As paçaradas emudece

Silenciando o sertão

Algum relinxá de cavalo

Mais bixos fazem estalos

Nos garranxo secos do xão.

Um bezerro dana á berrá

Num xôro de lamentação

Bem longe sua mãe ao escutá

Responde na intuição

Ela responde aquele berro

Sem nem oiá nium ferro

Qui serve pra marcação.

E lá bem mais adiante

Uma cancela bate no mourão

Seu som naquele instante

Estrondesse todo sertão

São viajantes tementes

Do ardô de um sol quente

Que de dia era um tição.

Um caxôrro late acolá

No meio da escuridão

Cuma ci tivece a farejá

Arguma caça no alçapão

E uma égua ao relinxá

Xama o cavalo pra acazalá

Lá inrriba do xapadão.

No céu um rojão alumia

Pocano perto do xão

É mais um filho de Maria

Qui cazô cum seu Tião

Mais um filho qui nasceu

Pela mão da parteira Lêu

Cuicida na região.

Airam Ribeiro

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 21/10/2018
Código do texto: T6482535
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