AFINAL, O QUE É A VIDA?
A vida é um grande mistério

Até hoje não desvendado
Mesmo depois que milhões
Tem a ela teorizado
Quanto mais se estudada a vida
Mais segredos tem guardado.
 
Uma caixinha de surpresa
Diz o ditado popular
Afinal será que um dia
O homem vai encontrar
O tal fim do arco íris
E o segredo desvendar?
 
Penso cá com meus botões
O que é a vida afinal?
De onde foi que viemos
De qual mundo especial
Em meio a tantas perguntas
Não tem resposta ideal.
 
O que viemos fazer?
Nesse mundo inteligente
Que entre todos os bichos
Nos tornamos diferentes
Somos o único pensante
Muitas vezes prepotentes.
 
Vivemos quase cem anos
Sobre a vida pensando
Qual afinal o propósito
De nela estarmos passando
Seria um grande milagre?
Ou apenas um ledo engano?
 
Por que viemos a terra?
Pra viver tão pouco tempo
Enfrentamos adversidades
Encaramos sofrimento
De repente falta o ar
Somos fumaças ao vento.
 
E para onde é que vamos?
Depois que se esvai a vida
Voltamos pra nossa “casa”?
Nosso ponto de partida
Ou será que aqui começa,
E também é despedida?

A morte é outro mistério
Que não nos mostra solução
É o contrário da vida
Lutar com ela é em vão
Por isso muitos comentam
Que a morte é coisa do cão.
 
As religiões nos mostram
Diversas opiniões
Em sua luta diária
Diz que tem explicações
Elas dizem o que acreditam
Mas sem grandes precisões.
 
Talvez fazemos bagunça
Não sabemos interpretar
Mas afinal quem falou
Que um dia vamos voltar
Quem teve a ideia fantástica
Já foi e veio contar?
 
Porque passei dos quarenta
E poucos anos de idade
E até hoje não tive
A grande oportunidade
De receber explicação
A quem morreu de verdade.
 
Depois que se fecha os olhos
E cessa a respiração
Não há reza que dê jeito
Simpatia ou oração
Vai embora seja ateu
Maometista ou cristão.
 
Mas então porque viemos?
Volto aqui a perguntar
Serão os deuses brincando?
Querendo me ver chorar?
Pois já nascemos morrendo
Sem direito a lamentar.
 
E vem o tal do destino
Que também eu não aceito
Destino que vá pra porra
Porém falo com respeito
A aquele que acredita
Nesse destino suspeito.

Se falar, não se questione
Fico bravo sem demora
Mas não vou brigar contigo
Que acredita nessa história
Porém me explique direito
Sem jogar palavras fora.
 
São tantos questionamentos
Que me chamam de ateu
Só porque faço perguntas
Pra saber mais sobre deus
Faço meus questionamentos
Você lá que faça os seus.
 
Mas eu tenho a impressão
Que deus não quis revelar
Todo o segredo da vida
Para podermos buscar
O retalho dessa “colcha”
Que temos que remendar.
 
Não queria então deus
Dar ao homem tudo em mão
E o homem apreensivo
Criou a religião
Cria guerras, mata gente
Destrói o próprio irmão.
 
Para no fim descobrir
O quanto ele foi babaca
Um ser tão inteligente
E pensa menos que uma vaca
Usa sua inteligência
Mas tem a cabeça fraca.
 
Em meio a tantos mistério
Que a vida nos proporciona
Sou feliz, eu amo a vida
Vida por mim se apaixona!
Fica o quanto for preciso
Por favor, não me abandona.
 
Mesmo eu sabendo pouco
Das correntezas da vida
Peço aos deuses que me ajudem
Retirem minhas feridas
Use a alma do poeta
Pra trazer paz nas partidas.

Afinal, se existir
Outra vida pós a morte
Peço aos deuses, não esqueçam
Desse poeta do norte
Que ama a vida que leva
Sem acreditar na sorte.
 
Vida, dai-me esperança
De te usar um pouco mais
Livra-me das maldições
Das garras de satanás
Morte, por favor me esquece
Vá embora não volte atrás.
 
Como sei que nessa vida
A morte vou encontrar
Deixo meus versos de artista
Pra você poder pensar
Registro aqui meus anseios
Refletindo sem parar.
 
E quando a grande cortina
Da vida fechar-me a vista
Meu corpo descer ao túmulo
Chegar ao fim desse artista
Alguém ainda lerá
Os versos de um cordelista.
 
E são milhões de perguntas
Porém todas sem respostas
Enredado de mistérios
Cheios de grandes propostas
Mas nada como verdade
Todas apenas apostas.
 
Mas enquanto estiver vida
Com os pulmões respirando
Não acredito em visagem
Que o povo anda falando
Enquanto houver pensamento
Faço meus questionamentos
A quem tiver me explicando.
 
JOEL MARINHO