O AMOR É ATO PURO EM SUBSTÂNCIA NO ENTE. AMAR É AÇÃO DO ATO NA POTÊNCIA DE UM SER.
O AMOR É ATO PURO EM SUBSTÂNCIA NO ENTE.
AMAR É AÇÃO DO ATO NA POTÊNCIA DE UM SER.
OU
BÓSONS DO MAIS PURO AMOR.
I
Deus é Amor disse João
Com sonido de trombeta
Agudo e mais penetrante
Que ponta de baioneta
Ferindo a desfaçatez
Dos que por insensatez
Deixa o próximo na sarjeta.
II
Amor de língua é faceta
De uma velha hipocrisia
Sendo doce o eufemismo
Em uma ortodoxia
Nele até o egoísta
Pousa de socialista
Sem ter ortopraxia.
III
Porém a ontologia
Que nos faz do ente ver
Muito além da aparência
Real do ente em seu ser
Que dirige a produção
Forjando no coração
Aquilo que vais dizer.
IV
Fica fácil perceber
Se o que diz é verdadeiro
Se sois de fato altruísta
Ou um hipócrita embusteiro
Que despreza o seu irmão
Lhes negando até o pão
Mesmo nadando em dinheiro.
V
Sem farol ou candeeiro
Tudo vai ser revelado
Pelo fruto produzido
Será o ente instado
Ante a luz da razão
Que sonda o coração
Do ente a ser perscrutado.
VI
Nada Vai ser ocultado
Na particular ação
De modo universal
No escane passarão
Desde o pérfido infiel
Que não cuidou de Abel
Seu tenro e mais novo irmão.
VII
Por não render a lição
Prlmeira do ser no ente
Em potência para o ato
Que distingue o acidente
Entre um animal insano
No sapiens ser humano
Em matéria insipiente.
VIII
Por vê-se um ser contingente
Dado a mera circunstância
Porém na essência o ente
Tem a mesma substância
Difere a compleicidade
Mas quanto à finalidade
Dar-se à preponderância.
IX
Vibrando na impedância
Que capta a percepção
Do ser nos sucos da mente
Nas ondas em pulsação
Das notas reverberando
No ser do ente afinando
As cordas do coração
X
Nos tons do diapasão
Que solfeja a melodia
Mais linda do universo
No ser com a sinergia
Anima o outro no ente
ter incondicionalmente
Amor com toda energia.
XI
Que flui pela sincronia
Em seu campo magnético
Como num átomo orbitando
Seguindo um princípio ético
No compasso da canção
Essas correntes em tensão
Funde o ser no ente estético.
XII
Num instante dialético
Ser com ser na comunhão
Sem haver um contratempo
Cantam a mesma canção
Que se entoa no universo
Feita na prosa em verso
Do ato puro em ação.
XIII
Tendo por tônica o refrão
"Amai-vos mutuamente
Visto que vós sois irmãos"
Não seja um ser negligente
Com o próximo na estrada
Ao longo da caminhada
Ajude efetivamente.
XIV
Pelas entranhas do ente
Mova-se em compaixão
Ampare seu semelhante
Não apenas com o pão
Ensine a ele o caminho
Dê o pão tire o espinho
Levante o ente do chão
XV
Socorra estendendo a mão
Para o próximo sofredor
Pelo mundo desprezado
Como um ente sem valor
Por não vê a importância
Da carga na substância
Que o ente é portador.
XVI
Bósons do mais puro Amor
De quem para um ente sai
Em ondas quânticas vibrantes
Por quem um ser vem e vai
Como partícula atômica
Liga-se de forma iônica
Com este Amor Deus e Pai.
XVII
Que sabe que um ser se esvai
No mar do mundo sensível
Por não notar esse Amor
Que é claro e perceptível
Como o sol no esplendor
Que faz um jardim em flor
Lançar seu cheiro aprazível
XVIII
Por quem se faz acessível
Em essencial fragrância
Intrínseca em cada ente
Sem nenhuma jactância
Rasga o próprio coração
Sendo Amor se fez paixão
Descendo por essa instância.
José Lucena de Mossoró. Dez/2018.