Canto da insônia

Uma parte que me parte,

Dentro desse coração

Um mar cheio de saudade,

Que dar grande comoção,

O peito sangra por dentro,

Sem motivo, sem noção!

Se é culpa da estação,

Dessa tarde chorosa,

A chuva que cai do céu,

Me deixa meio dengosa,

Enche o peito nostalgia

Como floresce uma rosa!

A noite chega magestosa,

As rãs cantam no alagado,

Poças de lama na rua,

Plagea o Sertão cantado,

É na cidade esse mural,

Perto do mar, amostrado!

Canto o cordel errado,

Por eu ser analfabeta,

Se intelectual eu fosse

A métrica seria a meta,

Desafino até meu cantar

E o crítico não me afeta!

Eu sou poeta incompleta,

Se parte o sentimento,

Digo que é saudade,

Se parte da dor, tormento,

Nesse meu peito vaziu,

O coração é meu alento!

Me vejo nesse momento,

Sorrindo na escuridão,

É noite no céu, na gente

É noite nesse mundão..

Me disperso nesta hora,

Dou-lhe beijo de paixão!

Bel Salviano

bel Salviano Planeta Poeta
Enviado por bel Salviano Planeta Poeta em 17/04/2019
Reeditado em 17/04/2019
Código do texto: T6626161
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