UMA FALÁCIA NOTURNA, NÃO RESISTE A LUZ DO DIA.
UM FALSO SABER DA NOITE,
NÃO RESISTE A LUZ DO DIA.
I
Bem diz a filosofia
Que é flor e é espinho
Flor que adorna o Saber
Espinho face o mesquinho
Soberbo e mui arrogante
Contudo e não obstante
No humilde é flor de linho
II
Visto por ser um caminho
Que combate a vaidade
Fulminando no cadinho
Dos metais a falsidade
Tal como ouro no fogo
Prova o saber no jogo
Que mostra à realidade.
III
Se um Saber tem qualidade
Vence o fogo causticante
Que prova o saber sofista
Com seu calor fulminante
Por um tempo na pressão
Se é “vero” a proposição
Torne-se num diamante.
IV
Por isso é que o dominante
Que flerta com a tirania
Pelo temor a Verdade
Despreza a Filosofia
Tenta ofuscar a razão
Com uma doutrinação
Fundada em hipocrisia
V
Com os ardis da covardia
Um déspota governante
Investe contra o Saber
De uma nação infante
Na seara de humanas
Fazendo nela chicanas
Contra a classe aspirante
VI
Torna menos importante
Quem planta a filosofia
E saberes correlatos
Como a Sociologia
Logo são aparelhados
Sendo eles lambuzados
Numa esdrúxula ideologia
VII
Grande é essa covardia
Trair o pobre a-lunado
Com uma doutrinação
Que deixa o ente alijado
Das benesses da Ciência
Que forma a consciência
De um cidadão respeitado
VIII
Não régulo, idiotizado
Como se vê no momento
Uns zumbis alienados
Ínfimos no pensamento
Fruto de um filosofismo
Que vem de um idealismo
De um método fraudulento
IX
Que faz se solver seu vento
No que concerne ao ensino
Com seu sistema perverso
Lega ao aluno um destino
Sem lógica e incoerente
Que encarcera a mente
Com esse vil desatino
X
De um dominante cretino
Facínora muito esperto
Pousando de paladino
Diz que o errado é certo
E que o certo está errado
Deixa a classe do alunado
Como um cão pelo deserto
XI
Nu ao vento e descoberto
Sem norte ou aculturado
Pervertido e indecente
Um discente viciado
Dado a vil corrupção
Perde o senso da razão
Feito um cão atormentado
XII
Faz-se assim com o alunado
No pasto desde o berçário
Até chegar ao pináculo
Do âmbito universitário
Vai tangido ao mercado
Como se fosse ele gado
Na canga, o seu corolário
XIII
Nesse modelo arbitrário
Que ferra o estudante
Fazendo dele um otário
Forma o ser não pensante
Que bota um anel no dedo
Sem conhecer o segredo
Do sistema alienante
XIV
Que mantém ignorante
A massa no seu fermento
De um micróbio ideológico
Composto do excremento
Que causa a levedação
Junto com a doutrinação
Que atrofia o pensamento
XV
Tira o discernimento
Entre o bem e o mal
Família e sociedade
Ética Justiça e moral
Pátria governo nação
Se o papo é religião
Zomba do espiritual
XVI
Em seu viver bestial
Dá-se ao divertimento
Sexo e gênero é cultura
Pelo seu doutrinamento
Não deve existir censura
Por droga tem a fissura
Nela afoga seu intento
XVII
Desperdiçando o talento
Na coisa, não fica atento
Queima o precioso dom
Da vida em um momento
Nas fogueiras da paixão
Neste mundo de ilusão
Faz-se fumaça ao vento
XVIII
Desprezando o sentimento
Que promove a distinção
Entre certo e o errado
Pela tal doutrinação
Contudo a filosofia
Faz nele a assepsia
Restaurando a intuição
XIX
Muda o foco da visão
Para o modo coerente
Visto como universal
Pela lógica inferênte
Alça-se o bem ideal
Vê-se de fato o real
Da coisa sem acidente
XX
Pela pureza da mente
Com a luz da filosofia
De plano uma falácia
Jamais terá primazia
Ante de uma verdade
Visto que a falsidade
Não resiste a luz do dia.