A HISTÓRIA DE COROATÁ EM RITMO DE CORDEL

Apresento aos leitores

Um relato de sucesso,

De um município moderno,

A sua glória e seu progresso,

Desde a sua formação

Ao longo de todo o processo,

Pesquisei em várias fontes

Algo que contasse a história,

Dessa cidade encantadora,

Para eu guardar na memória

E contar para os amigos

Como foi sua trajetória;

Platão fez a narrativa

De uma cidade encantada,

Pelos deuses protegida

E por águas rodeada,

Onde a paz e a harmonia

Por lá faziam morada,

Há mais de cinco mil anos

Essa poli foi citada,

Porem até os dias de hoje

Ela não foi encontrada,

E para mudar de assunto

O seu nome é Atlântida.

Vejam agora a história

De uma cidade real,

Rica em biodiversidade

E beleza natural,

Que tem nome de uma planta

E o clima equatorial,

A cidade desta história

É atual e abençoada,

Em mil novecentos e vinte

Ela foi emancipada,

No Centro/Leste maranhense

Ela está localizada,

Essa é uma cidade linda,

Seu povo é privilegiado,

Tem um rio e uma ferrovia

E está no centro do estado,

Para entendermos melhor

Vamos voltar ao passado:

No século dezessete

No estado do Maranhão,

Existiam poucas vilas;

A maior população

Vivia em sítios e fazendas,

Cultivando a plantação,

Então os colonos plantaram

As lavouras de algodão

No vale do Itapecuru,

Formando uma povoação,

Várias fábricas de tecidos

Teve aquela região,

Às margens do Itapecuru

Também foram instalados

Os primeiros engenhos,

Formando alguns povoados,

Incentivando o comércio

De negros escravizados;

Já no século dezoito

No centro do Maranhão,

A atividade importante

Para a colonização,

Foi também a pecuária,

Que foi a base à ocupação,

No interior do Nordeste

Teve grande agitação,

O gado vindo da Bahia

Se espalhou na região,

Perto dos principais rios

Houve muita ocupação,

Pois o rio Itapecuru

Tinha as margens ocupadas

Por várias aldeias indígenas,

Que depois foram tomadas

Com a chegada do gado,

Por engenhos e fazendas;

Núcleos de povoamento

Logo foram formados

Em torno dessas rotas

E das fazendas de gados,

Que mais tarde passariam

A serem emancipados.

No século dezenove

A economia do Maranhão

Tinha como base

A prática da exportação,

Tinha como principal produto

O valioso algodão,

A produção era carregada

Em transporte fluvial

Pelo rio Itapecuru,

De Caxias à capital,

Chegando ao porto Itaqui

Rumo ao parque industrial.

À margem do Igarapé Grande

Foram construídos depósitos,

Para guardar os produtos

E logo imigrantes compósitos

Fundaram Coroatá Grande,

Com seus sonhos e propósitos;

E com o passar dos tempos

Esses mesmos habitantes

Foram para a outra margem,

Rumo a novos horizontes,

Formando as ruas da vila

Com traços mais relevantes.

Recebendo a influência

Do comércio fluvial,

No transporte de pessoas

Com destino a capital,

Em pequenas embarcações,

O núcleo ganhou moral,

Já com os moradores instalados

A margem esquerda do rio,

O povoado enfrentou

Mais um novo desafio,

O comércio foi crescendo

Graças ao povo bravio;

Com a população crescida

O comércio prosperou,

E a assembleia legislativa

Provinciana aprovou,

A lei cento e setenta e três

E o presidente sancionou.

Mil oitocentos quarenta e três,

Essa foi a data marcada,

No dia cinco de novembro

Finalmente foi criada

A vila Coroatá,

A Caxias jurisdicionada;

Existiam várias casas

Formando uma viela,

A margem direita do rio

Do lado da Trizidela,

E algumas hospedarias

Esperando a clientela

Que dependia de canoas

Para fazer a travessia

Do rio Itapecuru,

Era grande a correria,

Lá existiam duas pilastras

Uma subia outra descia.

O povo coroataense

Enfrentou barra pesada,

Pois até os anos sessenta

Não havia água encanada

E nem fogões a gás

Para ajudar na jornada,

Mas enquanto isso muitas

Famílias sobreviviam

Era de cortar madeiras

E logo depois faziam

Uns feixes bem arrumados

E no comércio vendiam,

Por outro lado também,

Outras pessoas vendiam

Águas do Itapecuru,

Onde suas latas enchiam,

Andando de porta em porta

Em animais conduziam,

Já em busca de melhores

Condições financeiras,

Os sírios e libaneses

Chegaram às áreas costeiras,

No início do século vinte

Nas terras brasileiras,

Logo esses imigrantes

Já chegavam de navios,

Dispostos para enfrentar

Os mais novos desafios,

E do porto de Itaqui

Viajavam pelos rios.

Na vila Coroatá

Alguns desses imigrantes

Tiveram grande destaque

Como bons comerciantes,

Na lavoura de algodão

Também foram atuantes,

Alguns fizeram empréstimos

Junto a órgãos federais

Para ampliar as suas

Atividades comerciais

E investiram no cultivo

Das terras municipais,

A vila Coroatá

Teve fábrica de sabão,

Beneficiamento em arroz,

Indústria para a extração

Do óleo de babaçu

E lavouras de algodão;

Coroatá progrediu

E foi na primeira metade

Do século vinte, então,

Que chegaram à cidade

Lojas de departamento

Trazendo a novidade,

Os beneficiamentos

De arroz, babaçu e algodão,

As indústrias primárias,

Abasteciam a região

E a farinha de mandioca

Garantia a sustentação,

Além de trazer recursos

Por conta da exportação

Para os estados vizinhos,

Que compravam boa produção,

Garantindo ainda mais renda

Para toda a população.

Sentindo a necessidade

De um transporte eficiente,

Foi pensado numa linha férrea

Que fosse útil e abrangente,

Pra carregar o progresso

E os sonhos daquela gente,

Mil novecentos e cinco

Foi então, o ano inicial,

Com a determinação

Da dita lei federal,

Mil trezentos e vinte e nove,

Anunciando ao povo local

A construção da ferrovia,

Por fim interligando

Caxias a capital

E assim, por sua vez passando,

Por Coroatá Grande

E o progresso aumentando,

Já com a ferrovia pronta

Cortando o Maranhão inteiro,

O transporte de cargas

Ficou muito mais ligeiro,

Da capital ao interior

Do Nordeste brasileiro,

Foram grandes benefícios

Aos povoados inteiros,

Que também necessitavam

Dos trens de passageiros,

E à vila Coroatá

Chegaram muitos mascateiros;

Imigrantes corajosos

Chegavam a Coroatá

Através da linha férrea,

Livres como o sabiá,

Alguns fugindo da seca

Que atacava o Ceará,

Muitos pegavam o ramal

Rumo à Independência,

Com destino ao Mearim,

Região com influência

Na economia da época,

Boa para a sobrevivência.

Passaram por Coroatá

Grandes personalidades,

Políticos ilustres

E grandes autoridades

Do cenário nacional,

Trazendo oportunidades;

As primeiras obras públicas

Construídas na cidade

Pela administração,

São da primeira metade,

Meados do século vinte

Segundo a sociedade,

A MA Coroatá/Vargem Grande

Teve o curso desmatado

Na década de sessenta,

A foice, pá, machado

E muita força humana,

Num trajeto demorado,

Também no século vinte

Coroatá recebeu

A iluminação pública,

Fato que só aconteceu

Graças a energia a vapor,

Que na época apareceu,

Depois veio a energia térmica

E depois chegou a energia

De Boa Esperança,

Trazendo mais alegria

Aos habitantes locais

E a toda a freguesia;

Na década de setenta

Também foram edificadas

A primeira rodoviária,

Várias ruas foram calçadas,

Foi construído o INSS

E ruas foram asfaltadas.

Coroatá tem riqueza

Tem tradição, tem cultura,

Tem atletas dedicados

Que carregam com bravura

As cores de sua bandeira

E um sorriso de ternura,

Coroatá também é

A terra da poesia,

No futebol tem histórias

Que nos trazem alegria,

Cidade hospitaleira,

Cheia de encantos e magia.

Em Coroatá nasceu

Nosso José Ribamar,

O famoso canhoteiro,

Grande por apresentar

Um futebol de valor

E ao mundo inteiro encantar.

O Coroatá F. C. foi destaque

No campeonato estadual

E disputou a série C

Do futebol nacional,

Com um time de guerreiros

Numa união fraternal.

Como é diversificada

A fauna de Coroatá,

Tem porco do mato, paca,

Cotia e tamanduá,

Tem veado campueiro

E gato maracajá,

Uma vegetação variada

Enfeita Coroatá,

Tem ipês, maçaranduba,

Unha de gato e jatobá,

Tem palmeiras de babaçu

Aonde canta o sabiá;

Também foi encontrado um

Tesouro da antiguidade,

Um conjunto de fósseis

De dinossauro quadrúpede,

Do tipo saurópedes,

Que agitou toda cidade.

Coroatá tem história

O seu povo é gentil,

Ela está localizada

No Nordeste do Brasil,

No estado do Maranhão

Terra de encantos mil,

Apresenta uma culinária

Rica em cheiro e sabor,

Com pratos diversificados

Da região e do exterior,

Presente dos antepassados

Que cozinhavam com amor,

O típico arroz de cuxá

Prato que é tradição,

Junto com o peixe frito

E caldo de camarão,

Torna a culinária rica,

Graças à miscigenação;

Em sessão solene

Da câmara municipal,

Foi realizado então,

O lançamento oficial

Da bandeira e do brasão

Como símbolos do local,

A bandeira foi criada

Assim como o brasão,

Através de um concurso,

Aonde chamaram a atenção

Por suas simbologias,

Com uma bela explicação;

São muitos os ciclos festivos

Do ano novo ao natal,

O aniversário da cidade,

O desfile municipal

E o mais aguardado de todos,

O famoso carnaval,

Em fevereiro o clima esquenta

Com as festas de carnaval,

A cidade pega fogo,

Nunca vi nada igual,

Norte, Sul, Leste e Oeste,

Entram num clima total.

Logo depois vem a páscoa,

Período de reflexão,

Várias pessoas se reúnem

Em jejum e oração,

Por nosso Pai que morreu

Para nos dar a salvação,

No dia oito de abril

Tem festa e animação,

Todos param para comemorar

O dia da emancipação,

E o centro da cidade

Vira a maior atração;

Quando chega o mês de Junho

Tem forró e agitação,

A cidade fica enfeitada

Para receber o São João,

Dá gente de toda parte

Do estado do Maranhão

E no mês de outubro

Tem a festa da padroeira,

Um festejo que reúne

Gente da cidade inteira,

Na praça da diocese

Num ato de fé verdadeira,

Também tem algumas festas

Com outras denominações,

Tem a marcha para Jesus,

Que une várias religiões

E os festejos de umbanda

Com símbolos e tradições;

O natal de Coroatá

É marcado por boas ações,

Vários grupos se reúnem

Para pedir doações

E dividir com as pessoas

Que vivem em más condições.

O espaço público local

É bem diversificado,

Tem praças e calçadões,

Tudo largo e arborizado,

Tem academia pública

Com ambiente arejado,

A saúde de Coroatá

É a nível estadual,

Tem UPA e SAMU

E hospital macro regional

Para ajudar na segurança

Tem guarda municipal,

Coroatá tem um presídio

E também um batalhão,

Tem polo da UEMA e IEMA

Para garantir a formação

Técnica e superior

De sua população.

É só procurar no mapa

Que você vai encontrar,

Abaixo da linha do Equador,

Basta só observar,

Está a trinta e cinco metros

Acima do nível do mar;

Coroatá, terra amada,

Orgulho do Maranhão,

Rica em mananciais,

O seu povo é tradição;

A mais bela dos cocais,

Tuas riquezas são iguais

Águas nessa imensidão.

FIM