VALE A PENA SER PRUDENTE?

Ao lado de um caixão

Chora um jovem descontente

Desconsolado ele abraça

Aquele corpo dormente

E muito compadecido

Fala do acontecido

De maneira comovente

O meu velho aí era um sábio

Sujeito muito prudente

Não bebia nem fumava

Era sábio o suficiente

Pra não tocar em escorpião

Não se abraçar com leão

Nem fotografar serpente

Só conversava com a vizinha

Com o marido presente

Só comia carnes branca

Grelhadas em brasa ardente

Cauteloso só dormia

Após banho de água fria

E apos escovar os dentes

Só bebia água filtrada

Fervida principalmente

Caminhava na fazenda

Quase que diariamente

e pra não poluir o ar

Gostava de cavalgar

Num alazão imponente

Não saía pra passear

Se o dia estivesse quente

Usava mangas comprida

pra não usar repelente

E ainda tinha uma manha

Se o rio tivesse piranha

Se banhava na vertente

Mas comeu jabuticaba

E engoliu junto a semente

Travou todo o intestino

Assim meio de repente

Agora ta aí esticado

Morreu de prisão de ventre

E é ai que eu pergunto

Vale a pena ser prudente?

Enquanto isso um mendigo

que aqui se fez presente

Bebe fuma e come pouco

Sua família esta ausente

Ele apareceu aqui

Deu os pêsames pra gente

Ainda contou piada

Pra alegrar o ambiente

Pedrão Cordelista
Enviado por Pedrão Cordelista em 25/06/2019
Reeditado em 11/04/2023
Código do texto: T6681249
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