Um neném no isgôtu - Qui mardade, meu povo!
O Sor nasce bem crarinho
Pro pobre e tomém pro rico
E ilumeia a Terra
E azula o infinito
Os passarim intão cantam
A tristeza elis espantam
E tudo fica bunito!
Mas o Sor sempre ilumeia
Todo bem e a mardade
Lá de cima ele crareia
Na Terra a cruerdade
Ele crareia a pessoa
Seja mardita ou boa
Logo aparece a verdade!
Aquela muié mardosa
Qui gerô a criancinha
I jogô pela jinela
No isgôtu sem piedade
Tem é qui ficá fechada
Atráis das grade mofada
Prá pagá sua mardade!
Num cumpriendo meu mano
Comu isso acuntece
Isso não é ser humano
Essa muié é uma peste
Iscória da humanidade
É o capeta qui se veste
Prá mostrá a cruerdade!
O anjinho morreu enfim
Veiu a nota no jurnal
Deus buscou o nenezim
Tirou do meio do mal
Levou pro seio da glória
Ficou essa negra história
Pra humanidade, afinal!