Por do Sol

Vejo o sol a se esconder

No horizonte a observar

Aquele astro rei viajante

Em bola de fogo se transformar

É espantoso observar

Grandeza deste lugar

Como pode bola tão grande

Nas montanhas penetrar

Os meus olhos vislumbram

O meu coração se alegra

A alma pula de encanto

Pra obra prima da natureza

É hora da retirada

Do roçado descansar

Voltando pra casa o caboclo

Pra sua rede descansar

O delegado fecha a porta

Pois não há preso a entrar

Só o padeiro vendendo pão

Pra a família alimentar

As mulheres em seus serviços

Do café a torrar

Só mesmo com o fubá

Para a vida adoçar

Professora ascenda a luz

Pru mode eu enxergar

As letrinhas da cartilha

Pru mode eu me alfabetizar

Do terraço da minha casa

Aquela vista a saltar

Na beleza do horizonte

O sol a repousar

Me bate logo uma saudade

Da família abraçar

E da mulher cheirosinha

Um amasso vou lhe dar

Vou pra casa bem ligeiro

Que os pés há de lascar

Não tem sandália que aguente

Esse chão de rachar

Um espiada no horizonte

Um totinho eu vejo lá

É a beirada do sol

Que teima em se retirar

Mais uma vez aquela visão

Faz minha alma jubilar

Pensamentos vão em busca

De rimas pra terminar

Até um poeta se encanta

Com a paisagem a lhe mostrar

Um astro rei que se põe

Com uma noite a rastejar

A beleza do momento

A todos há de encantar

Principalmente a esse poeta

Sem rima a lhes contar

A história do pô do sol

Que se Poe sem parar

Se escondendo por traz dos montes

Pra a lua logo chegar