MUSEU XUCURUS -A LENDA- (Um pouco de tudo e muito do nada)

Fiquem atentos agora

A lenda que vou falar,

Embora muitos saibam,

Prefere então se calar,

Temendo ver o pior

Da maldição a pairar.

Em algum tempo atrás

Após sua construção,

A missa era rezada

Por padres da região,

Mas com o tempo a igreja

Fechou-se para o cristão.

A construção da igreja

Foi pelo necessitar,

Dos escravos e dos índios

Por não poder frequentar

Um templo que existia,

E da missa participar.

Depois ficando fechada

A diocese passou,

O prédio a prefeitura

Que em seguida fundou,

Pra todos já visitarem

Um museu inaugurou.

O lendário museu

Com anos de fundação,

Abriga muita história

De partir até coração,

Mas há quem diga que nele,

Já viu até sombração.

Ouvi dizer que à noite

Se ao lado dele passar,

Pode ouvir um barulho

Dos escravos apanhar,

E a mucamba chorando,

Pedindo pra não matar.

Até barulho de guerra

O povo diz já ouvir,

Tiros de armas pesadas

Com bomba a explodir,

E muitos gritos nervosos

De soldado a fugir.

Sobre o rei do cangaço

De muito tem a contar,

Pessoas dizem que nele

Já viu um olho fechar.

O manequim que lá tem,

Só falta mesmo falar.

Outro mistério que tem

Lá no Museu Xucurus,

É da boneca na cama

Um fato que não expus

Revela choros a noite.

Valei-me meu bom Jesus!

Artefatos indígenas

Existem muitos por lá,

Abreviando os fatos

Prefiro não prolongar,

Pessoas dizem ter visto

Um Pajé vivo fumar.

Até da cama pequena

Ouvi alguém já dizer,

Ter visto os dois anãos

Se assustando ao ler

O que se passa no mundo,

Difícil de entender.

Isso ainda é pouco

Do museu a revelar,

Embora sua história

De muito tem a contar,

Da influência que tem

Pra Palmeira triunfar.

No passar de alguns anos

Algo começa a mudar,

Já de Palmeira dos Índios

Ninguém mais ouve falar,

Do crescimento que vinha,

Rápido a recuar.

Pois o progresso da mesma

Muito pouco sucedeu,

Uns dizem: foi à política!

Mas há quem diz: o museu,

Que antes era igreja

Tão breve prevaleceu.

Umas fábricas que tinham

Após um tempo faliu,

Até mesmo o cinema

Rapidamente sumiu,

Também a índia no banho

Nunca mais ninguém viu.

Mais outros fatos estranhos

Tornou a acontecer,

Que até hoje intriga

Dá medo só de rever,

O caso do chupa cabra

Fez muita gente tremer.

A rede ferroviária

Após um tempo parou,

De investir na cidade

A linha férrea ficou,

Como fantasma do tempo

O trem não mais circulou.

Até um bom teleférico

Nela também existiu,

Para visita ao Cristo

Mas ele não resistiu,

De estrutura já fraca,

Tão de repente sumiu.

Já o cultivo de pinha,

A principal produção,

Dava um lucro danado

Ao povo da região,

A pós um tempo a seca

Varreu até o seu chão.

Já o Parque São José,

Melhor de todo sertão,

Enriquecia Palmeira

Em plena evolução,

Tão rápido sua cancela

Fechou sem explicação.

Até um bom Micarindio

Que muito nos alegrou,

O carnaval de Palmeira

Aos poucos se acabou.

Restando grande saudade,

Não mais se realizou.

Como terceira cidade

Pra quarta se rebaixou.

Perdendo para Rio Largo

Que muita coisa mudou.

Assim, Palmeira perdeu

Prestígio que conquistou.

Se tudo aconteceu,

Foi praga! Alguém jogou.

Em ver as portas fechadas

O templo que celebrou

Missa, para os escravos,

Quem muito lá trabalhou.

Por mais que muitas pessoas

Insistam em duvidar,

Dos fatos acontecidos

À praga assemelhar.

Palmeira dos Índios cresce,

Se missa lá celebrar.

TonyPessoa
Enviado por TonyPessoa em 09/02/2020
Código do texto: T6862177
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