MESTRE GRAÇA
Disse-me um forasteiro
Que em Palmeira andou,
Ter conhecido Mestre Graça
Homem que muito honrou,
Representando o povo
Dois anos já governou.
Pois de sua família
O forasteiro falou,
Sobre Maria Augusta
E os filhos que gerou,
Que na tristeza da vida
Rápido já os deixou.
Deixou seus filhos tão nova,
Formosa como a flor,
Indo a eternidade
Morar com nosso senhor,
Numa tristeza tão grande
Ficou seu grande amor.
Não passando muito tempo
Já alivia da dor,
Dessa vez o Mestre Graça
Encontra novo amor,
Pois, nas estradas da vida
Os dois se “apaixonor”.
Heloísa é seu nome,
Estando a namorar
Encanta o Mestre Graça
Com ele a se casar,
Vivendo em harmonia
Alguns filhos já lhe dar.
Quatro filhos lhe deu
Em completa alegria,
Foram todos oito filhos,
Com quatro que existia.
Lembrar de sua amada
O Mestre sempre fazia.
Esta aqui é um pouco
Da história em família,
Da vida do Mestre Graça
Homem de grande valia,
Era um pai amoroso,
Na politica fazia.
Mestre Graça foi um homem
Que dava gosto em ver,
Honesto igual a ele
Ainda irá nascer,
A frente da prefeitura
Fez muito por merecer.
Renunciou seu mandato
Já dois anos fazia,
Assumindo a imprensa,
Em Maceió existia,
Prestava conta de tudo
Que em Palmeira fazia.
De tudo que aconteceu
Mais um pouco vou falar,
Foram anos de história
Pra seu legado deixar.
Assim Graciliano
Fez muita coisa mudar.
A começar pelas obras,
Todas de muito valor,
Vou contar um pouco delas,
Dê licença, por favor.
Viaje pela história
Desse grande escritor.
Caetés é a primeira,
Pois todos precisam ler,
Um romance ideal
Que fez Palmeira crescer,
Se espalhando no mundo,
A ela engrandecer.
No romance tem o drama
Ocorrido em Palmeira,
Onde envolve a Luísa,
Linda como a roseira,
Esposa de Adrião,
Comerciante em Palmeira.
Pois esse belo romance
Narrado pelo escritor,
Nada sublime-heroica
Já em Caetés “fixor”,
Um fato bem curioso,
Que morte também “causor”.
Falei sobre essa obra,
De outra já vou falar,
O romance São Bernardo
De muito tem a contar,
Narrado por Mestre Graça,
Estando já popular.
Paulo Honório, menino
Órfão, muito sofredor,
Teve infância perdida
Nas ruas onde “ficor”,
Já na labuta da vida,
Com rigidez e rancor.
Preso durante um tempo
Paulo Honório ficou,
Envolvendo em escândalo,
Um homem esfaqueou.
Foi assim a sua vida,
Que muito ele narrou.
Para não existir dúvidas
Algo a mais vou falar,
Um pouco de São Bernardo
Para a dúvida não ficar.
Introduzindo a obra,
Agora vou completar.
São Bernado é fazenda,
Se você já não o leu,
Aconselho a leitura
De tudo, como se deu,
No desfecho da história
Que o Mestre escreveu.
Da segunda já falei,
Espero contribuir
Pra divulgar o romance,
Muito leitores surgir,
Pois falo da juventude,
O mundo a iludir.
Apresento a terceira,
Obra de muito valor,
Já tem sido publicada
Pelo próprio escritor,
Em seus momentos difíceis,
De angústia e pudor.
Angústia é seu nome,
Pois muito tem a falar,
De toda a Era Vargas,
Angústia e pesar.
Foi quando Graciliano
Muito teve a contar.
Já nele, Graciliano
Muito mesmo descreveu
Duas histórias aflitas,
E como aconteceu,
Do social ao político
O personagem viveu.
Realidade presente,
Já do real a fixão,
Falando dos personagens
Marina e o João,
Um conflito amoroso,
E de insatisfação.
De outra mais importante
No momento vou falar,
Esta fez Graciliano
O seu nome divulgar,
São muitas as edições
No mundo a espalhar.
Vidas Secas, o romance,
Posso dizer principal,
Que eleva o artista
Para nível mundial,
Apresentando o Nordeste
No descaso social.
Um pouco de seu roteiro
Começo a relatar,
Pois envolve Fabiano
Com a família a andar
De um lugar para o outro,
Pra seca não os matar.
As crianças não tem nome,
Já podemos perceber
Durante algumas cenas,
Assistindo ou ao ler.
Foi assim que no romance
Muito deu a entender.
O Nordeste é o cenário
De toda essa história,
Também envolvendo a
Esposa Sinhá Vitória,
Dois filhos e a baleia,
Numa vida migratória.
Fabiano no romance
Teve que sacrificar,
A coitada da baleia
Por já doente estar,
Uma tremenda tristeza
Que seus filhos fez chorar.
Tudo que aconteceu
Já não me cabe contar,
Deixando um incentivo
Pra você leitor buscar
Conhecimento da obra,
E poder se degustar.
Meu obrigado a todos
Que já me deu atenção,
Nestas estrofes rimadas
Com muita dedicação,
Falando do Mestre Graça
Pra toda grande nação.