Ht de fio dental
Este é mais um dos causos
Dos muitos que escrevi,
Agora falo da gata,
Pois, pena dela senti,
Por cobiçar a vaidade,
No sofrimento a vi.
A linda gata chamada
Por nome de Flor de Lins,
Bela, meiga e ousada,
Topava todos os fins,
Só para ter mordomia
Vivendo em Tocantins.
Aconteceu que um dia
Lá em sua investida,
Ela no Facebook
Já se deu convencida,
Ao receber um convite
Pra logo mudar de vida.
O fato aconteceu
Ao decidir namorar,
Um jovem rapaz bonito
Querendo lhe golpear,
Pensando já na herança
Que lá iria herdar.
Porém o mais importante
A Flor de Lins esqueceu,
Que foi saber da verdade
Sobre quem a prometeu
Mudar de vez sua vida;
Golpe que não percebeu.
Um namoro avexado,
Assim o concretizou,
Morando em Tocantins
Seu sonho realizou,
Só depois que percebe
O furo que já levou.
De Floriano Rogério
Chamam o golpeador,
Que já em posse da Flor
Inverteu todo amor,
Tornando toda promessa
Em sofrimento e dor.
A Flor de Lins já começa
Do cara desconfiar,
Pois o trabalho que tinha
Só era do enganar,
Explorando as meninas
No bordel a trabalhar.
Lá no bordel existia
Piscina e muito lazer,
Pois, lá tinha de tudo,
Dando para entender
Quem já ganhava a vida,
Em prol de seu bem querer.
Em um golpe invertido
Pra Flor de Lins resultou,
Achando que o seu golpe
Que tanto ela armou
Pudesse ser bem certeiro,
Pena que se enganou.
O Floriano espeto
Já começa ajeitar,
A Flor de Lins com as outras
A ponto de confirmar
Vivendo no seu bordel,
A vida finalizar.
Se no dia era presa,
A noite tendia a soltar,
Agradando os clientes
No momento a chegar,
Também dançando no palco,
No requebrar a bailar.
Um belo fio dental
A Flor de Lins já ganhou,
Pra engraçar os clientes
Os que dinheiro pagou,
Pra possuí-la à noite,
Do jeito que planejou.
Mesmo contra a vontade
A Flor de Lins aceitou,
Usada como objeto,
Pois na rotina ficou,
Em altas horas da noite
Algo ali já mudou.
A Flor de Lins já começa
De tudo a enjoar,
O Floriano Rogério
Começa a desconfiar,
Mas acha que é besteira
Por no bordel trabalhar.
Uma besteira que nada
Depois ele comprovou,
Pois, a barriga da Flor
Em seu tamanho mudou,
A perfeição era ela,
Beleza que acabou.
Completando os seis meses
Flor não pode esconder
A sua grande barriga
Pra todos não perceber,
Infelizmente a vida
A Flor não vai entender.
Mas Floriano Rogério
A raiva pode conter,
Invés de castigar ela
Tentou ela entender.
Com seu destino mudando,
Muito fez ela temer.
Pois a beleza que tinha
Já não valia de nada,
Mas antes a conduzia
A vida bem sossegada,
Hoje só resta história
Da vida bem ostentada.
Os meses foram passando
Já do bordel afastou,
Ficou no quarto dos fundos
A vida só complicou,
Nos nove meses fechado
A gravidez terminou.
Pois a criança nascia
Pra sua satisfação,
O sofrimento que Flor
Vivia sem compaixão,
Achava o nascimento
Como melhor solução.
De Tocantins foi embora
Com tamanha decepção,
Retornando a cidade
A única solução,
Perdendo a esperança,
Servindo de gozação.
O Floriano Rogério
A Flor de Lins descartou,
Pois o tesouro perdido
Ela nunca encontrou.
Mas a verdade é dura
A sua mãe lhe falou.
Pois nunca mais a luxúria
Ela pode desfrutar,
Vivia plena angústia
Estando a trabalhar,
Pra sustentar a criança
E acabar de criar.