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O GUERREIRO SOLITÁRIO
 
Sou caipira lá do mato
E disso não me envergonho
Ao contrário tenho orgulho
Conhecer lá eu proponho
Eu não sou homem letrado
Por papai fui ensinado
A correr atrás do sonho.
 
U’a manhã fria de inverno
Saí de casa bem cedinho
Pela estrada poeirenta
Andei bem devagarzinho
Numa mata orvalhada
Fui ouvindo a passarada
Sei que não ‘stava sozinho.
 
De repente veio o ônibus
Eu com dor no coração
Dei sinal ele parou
Subi naquele busão
Me senti ali tão só
Vi um letreiro de pó
No céu daquele rincão.
 
Formado pela poeira
Que da estrada levantava
Uma tristeza eu sentia
Mas a viagem eu continuava
O que ninguém percebia
Que chorando eu prosseguia
Minha estrela eu procurava.
 
Com muitas lutas e dores
Dia a dia eu persisti
Cheguei até desanimar
Quase, quase desisti
Pensei em tirar minha vida
Mas meu Deus me deu guarida
Lutei, chorei, sofri e venci.
 
(Christiano Nunes)
 
 
Verão / 2020