Desconchavo Sim e Amor Também!
Um belo dia... quem dera!
Foi a vida toda esse motim
Um rebuliço que não espera
Flor demais para um jardim
Nas andanças dessa história
Esse amor não terá fim.
Naquele olhar encabulado
Um modo seu de aprender
O segredo era desgramado
Até se pagava pra conhecer
O cabra macho que a tocasse
Com tanta ousadia e prazer.
Certo dia numa quebrada
A saia voou e se encolheu
Foi assim que Heleninha
Incafifada naquele breu
Fitou o rosto de Pedro Hugo
Que logo realçou com o seu.
Quem sabe amar se entrega
Passe o tempo que passar
Nunca desiste e prospera
No ensejo dum dia conquistar
Na bonita e valente batalha
Sentimentos exalam no ar.
Heleninha moça de família
Pedro Hugo um valentão
A dúvida nessa boa história
É quem entregou o coração
O que se tem na memória
É que o cupido deu a mão.
Se o gênio do casal era forte
Havia também a tal lealdade
Quando almejavam um norte
Corriam pra longe da saudade
E não dependiam de sorte
Para sentirem a felicidade.
A paixão era tão devoradora
Que sabiam antes o que fazer
A tara intensa e avassaladora
Despojava-se para embevecer
E a noite brilhante e duradoura
Caia na penumbra a proteger.
O talvez não fazia morada
Nas curvas daquele amor roxo
A língua afiada tinha camada
Para não desfalecer de desgosto
A promessa dessa empreitada
Era não temer a encosto.
Contudo não havia moleza
Cuidar era a regra do jogo
E mesmo que sem incerteza
A chama queimava como fogo
Sabedoria e fé pois a avareza
Faz do ser humano um ogro.
Sentindo-se o cheiro de jasmim
E para não ficar de vai e vem
Reitera-se o causo sem pantim
Respeito é bom e convém
Afirma-se é desconchavo sim
E amor dos bons é também.
CarlaBezerra