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URUBU COM BACALHAU
Por Olavo Nascimento (25/08/2020)

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Uma homenagem ao caríssimo amigo manauara
Antônio de Souza, excelente autor deste Recanto.
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Enquanto o carniceiro urubu
É o mascote negro do Mengão
O salgado e gostoso bacalhau
Faz a mesma onda no Vascão
Pra lembrar o grande Henfil
O cartunista que também viu
Como o futebol toca multidão.

Tenho um amigo flamenguista
Lá nos confins duma floresta
Que apesar da triste escolha
Curtiu belos tempos de festa
Tudo por causa do português
Que fez Vasco virar freguês
Com u'a bacalhoada indigesta.

O tal português fez milagres
Dando jogo pra perna-de-pau 
Foi chamado de grande mister
Pela mulambada e pelo jornal
Inventaram até o tal Gabigol
Que pra mim nada apresentou
Além da Globo como anormal.  

Não gosto do torcedor urubu  
Mas com este não vou brigar
Porque ele é um grande poeta
Que as letras sabe comandar  
Como Eça, Saramago e Camões,
Todos bacalhoeiros sem senões
Pra todo vascaíno se vangloriar.

Mas o mundo dá muitas voltas,
Nas vidas de todo ser humano
O Vasco saiu duma quarentena  
E resolveu mudar o seu plano
Trouxe um cara pra infernizar
E o resultado dos jogos mudar
Com rival entrando pelo Cano.

Até domingo há pouco passado
O Vasco desconcertou o povão  
Que mesmo com jogos a menos
Na tabela cravou o primeirão  
Enquanto urubu tinha vaguinha  
Na sua famigerada lanterninha
Tão perto de fechar seu caixão.

Sei que Antônio não vai berrar 
Porque o bom cabrito não berra
Assim como aturei e não berrei
Como um bom vascaíno na terra
Que de algo sei e não me engano
Que urubu vai entrar pelo Cano
Por ser ave que pia e não ferra.

Vou aproveitar bem dessa onda
Para o nosso pavilhão comandar   
Enquanto vejo urubu na rabeira
Sentindo a portuguesada passar
Faço deste desengonçado cordel  
O atestado de sofredor no papel
Pra flamenguista não se lamentar.
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Abraços
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Interações (meus agradecimentos):
 
POETA OLAVO
Enviado por POETA OLAVO em 25/08/2020
Reeditado em 25/08/2020
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