A HISTORIA DO BOIA FRI

Esta história teve início

Num povoado esquecido

Um lugar pobre e sofrido

Onde a vida era um suplício

Lá onde a seca castiga

E o sertanejo esforçado

Esperançoso semeia o roçado

Porém só colhe fadiga

Onde vive um povo desprezado

Por aqueles que no guia eleitoral

Prometeram fazer tudo pelo social

Mas depois os deixaram de lado

Lá nasceu um frágil menino

Chamado José Sabino

José por parte de avô paterno

Sabino por parte de avô materno

Porém só o chamavam “Sabino”

01

Esta história teve início

Num povoado esquecido

Um lugar pobre e sofrido

Onde a vida era um suplício

Lá onde a seca castiga

E o sertanejo esforçado

Esperançoso semeia o roçado

Porém só colhe fadiga

Onde vive um povo desprezado

Por aqueles que no guia eleitoral

Prometeram fazer tudo pelo social

Mas depois os deixaram de lado

Lá nasceu um frágil menino

Chamado José Sabino

José por parte de avô paterno

Sabino por parte de avô materno

Porém só o chamavam “Sabino”

01

Esta história teve início

Num povoado esquecido

Um lugar pobre e sofrido

Onde a vida era um suplício

Lá onde a seca castiga

E o sertanejo esforçado

Esperançoso semeia o roçado

Porém só colhe fadiga

Onde vive um povo desprezado

Por aqueles que no guia eleitoral

Prometeram fazer tudo pelo social

Mas depois os deixaram de lado

Lá nasceu um frágil menino

Chamado José Sabino

José por parte de avô paterno

Sabino por parte de avô materno

Porém só o chamavam “Sabino”

01

Esta história teve início

Num povoado esquecido

Um lugar pobre e sofrido

Onde a vida era um suplício

Lá onde a seca castiga

E o sertanejo esforçado

Esperançoso semeia o roçado

Porém só colhe fadiga

Onde vive um povo desprezado

Por aqueles que no guia eleitoral

Prometeram fazer tudo pelo social

Mas depois os deixaram de lado

Lá nasceu um frágil menino

Chamado José Sabino

José por parte de avô paterno

Sabino por parte de avô materno

Porém só o chamavam “Sabino”

01

Sabino teve uma infância difícil

Recursos seu pai não tinha

O criou com mingau de farinha

Amor e muito sacrifício

Ainda assim, na infância teve alegria

Correu de secar o cambito

Atrás de bode e cabrito

E brincava como podia

Cedo porém começou a labutar

E com um desgosto danado

Deixou os estudos de lado

Para a sua família ajudar

A adolescência foi esquecida

Em vez de lápis a enxada

em vez de recreio, uma longa jornada

Sob o sol numa terra exaurida.

02

Um certo dia seu pai se inscreveu

Numa frente de emergência

Paliativo chamado de providência

Porém nenhum tostão recebeu

Pois o dinheiro foi desviado

E os pobres ficaram na mão

Não deram outra solução

E o benefício foi cancelado

Aos quinze anos Sabino

Já era um bóia fria

Mas esperava que um dia

Deus fosse mudar o seu destino

Sua vida era um labor constante

E assim seguia sua senda

Cada colheita uma nova fazenda

Da família sempre distante.

03

Um certo dia seu pai se inscreveu

Numa frente de emergência

Paliativo chamado de providência

Porém nenhum tostão recebeu

Pois o dinheiro foi desviado

E os pobres ficaram na mão

Não deram outra solução

E o benefício foi cancelado

Aos quinze anos Sabino

Já era um bóia fria

Mas esperava que um dia

Deus fosse mudar o seu destino

Sua vida era um labor constante

E assim seguia sua senda

Cada colheita uma nova fazenda

Da família sempre distante.

03

Talvez por esta razão

Foi diferente de muitos nordestinos

Não encheu a casa de meninos

Pelo menos nisto Sabino

Teve menos preocupação

Um certo dia chegando ao mercado

Encontrou dois aliciadores

Procurando contratar trabalhadores

Pra trabalhar em outro Estado.

Mesmo sendo a fazenda distante

Sabino aventurou-se no mundo

Sentindo um pesar profundo

Fez uma viagem angustiante

Sofreu uma barbaridade

Viajando de pau de arara

Levando poeira na cara

E o castigando a saudade.

04

Talvez por esta razão

Foi diferente de muitos nordestinos

Não encheu a casa de meninos

Pelo menos nisto Sabino

Teve menos preocupação

Um certo dia chegando ao mercado

Encontrou dois aliciadores

Procurando contratar trabalhadores

Pra trabalhar em outro Estado.

Mesmo sendo a fazenda distante

Sabino aventurou-se no mundo

Sentindo um pesar profundo

Fez uma viagem angustiante

Sofreu uma barbaridade

Viajando de pau de arara

Levando poeira na cara

E o castigando a saudade.

04

Porém já não bastasse as agruras

Daquela viagem sofrida

Não esperava que a vida

Lhe fosse trazer mais amarguras

Mal desembarcou na propriedade

Foi logo sendo avisado

De que nada seria respeitado

Do que se combinou na cidade

E quem não estivesse gostando

Não receberia nem a passagem

Que apanhassem a sua bagagem

E a estrada fosse pegando

Pois assim era a lei do cão

Imposta naquela fazenda

Trabalho forçado e nenhuma renda

Um sistema de escravidão

05

Sustentado pela violência

E com apoio velado

De jagunços fortemente armados

Para vencer qualquer resistência

Seguiram-se assim meses de sofrimento

Pois não tinham, o que escolher

Fugir significava morrer

E viver ali um tormento

Nos poucos momentos que folgava

Quase sempre antes de dormir

Sabino costumava se reunir

Aos amigos com quem conversava

Certa noite em meio a prosa

Um deles em tom de lamento

Disse: Vou falar do meu sofrimento

e da minha vida penosa.

06

Eu era um jovem cristão

Servia a Deus com amor

Ao próximo não negava o favor

Socorria-o com compaixão

Sim eu era um jovem feliz

Vivia contente e abastado

Era um bom peão de gado

Fazendo o que eu sempre quis

Longe da seca e da vida dura

No bolso em dia o meu pagamento

Não sabia que era sofrimento

Vivendo em meio a fartura

Mas com o passar dos anos

Tornei-me um insensato

Esquecendo Deus fui ingrato

E colhi por isto os danos

07

Da Bíblia esqueci a leitura

Abandonei as orações

Fui cedendo as tentações

O que só me trouxe amargura

Este é o meu triste estado

Só derrota a cada dia

Mas em Deus espero um dia

Ainda serei restaurado

De todo este viver sofrido

Ficou em minha mente gravada

Uma passagem da Bíblia Sagrada

Que até hoje não tenho esquecido

A qual fala de Paulo e Silas

Dois discípulos do Senhor

Que mesmo estando aprisionados

Não murmuravam nem ficavam calados

Antes, louvavam a Deus com fervor

08

Então Deus que é poderoso

Um grande terremoto enviou

Seus servos então libertou

De um modo tão maravilhoso

Sabino que ouvia atento

Interrompeu a narração

Dizendo: Se fizermos a Deus oração

Quem sabe não nos trará livramento

Dos que esta proposta ouviram

Alguns de Sabino zombaram

Outros porém concordaram

E a recorrer a Deus decidiram

E a partir daquele momento

Toda noite se reuniam

Socorro a Deus pediam

E Ele ouviu seus intentos.

09

Pois Deus que é misericordioso

Atenta para o quebrantado e contrito

Não despreza a oração do aflito

Porque ele é um pai amoroso.

Dias depois um caminhão carregado

Passando próximo daquela propriedade

Teve um pneu estourado

E na estrada tombou virado

Sem sofrer nada escapou o motorista

Apesar da gravidade do fato

Em busca de ajuda embrenhou-se no mato

Abandonou o caminhão na pista

Após muito haver caminhado

Chegou aos limites daquela fazenda

de longe avistou uma tenda

Vigiada por homens armados

10

O motorista escondeu-se assustado

E olhou todo o movimento

Testemunhou então o sofrimento

Dos trabalhadores escravizados

Sem ser visto fugiu aterrorizado

Tudo fez pra chegar logo a cidade

E denunciar as autoridades

Tudo o que havia presenciado

Havendo dois dias passado

Depois da terrível descoberta

A polícia ali chegou alerta

E libertou todos os empregados

Os trabalhadores então com alegria

Festejaram sua liberdade

Cada um voltou para sua cidade

E esqueceram toda aquela agonia.

11

Entretanto, havendo em sua casa chegado

Sabino encontrou-a deserta e vazia

Pois já algum tempo fazia

Que sua esposa havia se mudado

Dois anos haviam se passado

E das cartas por ela enviada

Nenhuma fôra respostada

Por isso partiu desenganada

Mas conservando ela um fio de esperança

Deixou-lhe um breve recado:

Se voltares Sabino amado

Me procure com perseverança

Viver sozinha aqui é um desafio

Por isso peguei nossos dois filhos

E o trem que corre nos trilhos

E na capital fui morar com meu tio

12

Foi assim que Sabino

Na capital foi morar

Para sua família reecontrar

E seguir em paz seu destino

Lá chegando a sorte lhe sorriu

Pois apesar da pouca leitura

Empregou-se na Prefeitura

E lugar para morar logo conseguiu

Ao olhar para o seu passado

Lembrou-se quanto havia sofrido

Resolveu recuperar o tempo perdido

E o estudo foi retomado

De dia o seu trabalho era duro

Ruas e praças limpando

A noite esforçado estudando

Pois almejavam um melhor futuro

13

Depois de formado foi promovido

Para um cargo bem elevado

Trabalho leve, bem remunerado

Seu objetivo foi atingido.

Depois de se aposentar deixou a cidade

Fez o que há muito tempo queria

Juntou todas as sua economias

E comprou uma pequena propriedade

Um sítio pequeno, mas aconchegante

com algumas cabeças de gado

E alguns pequenos roçados

Que a Sabino deixou radiante

Sabino era homem trabalhador

E além de muito inteligente

Era também diligente

E um bom administrador

14

Sua competência somada

A fé que ele tinha em Deus

Fez prosperar os negócios seus

E a sua vida foi transformada

Pois não esquecera a lição

Que da angústia havia sido tirada

Nas páginas da Bíblia Sagrada

O que lhe trouxe real salvação

Descanso e muita prosperidade

Marcaram sua nova senda

Virou dono de fazenda

Mas não esqueceu a humildade

Pois todos os seus esmpregados

Tinham apoio e respeito

E observados os seus direitos

Nenhum trabalhava forçado

15

Sua competência somada

A fé que ele tinha em Deus

Fez prosperar os negócios seus

E a sua vida foi transformada

Pois não esquecera a lição

Que da angústia havia sido tirada

Nas páginas da Bíblia Sagrada

O que lhe trouxe real salvação

Descanso e muita prosperidade

Marcaram sua nova senda

Virou dono de fazenda

Mas não esqueceu a humildade

Pois todos os seus esmpregados

Tinham apoio e respeito

E observados os seus direitos

Nenhum trabalhava forçado

15

Sua competência somada

A fé que ele tinha em Deus

Fez prosperar os negócios seus

E a sua vida foi transformada

Pois não esquecera a lição

Que da angústia havia sido tirada

Nas páginas da Bíblia Sagrada

O que lhe trouxe real salvação

Descanso e muita prosperidade

Marcaram sua nova senda

Virou dono de fazenda

Mas não esqueceu a humildade

Pois todos os seus esmpregados

Tinham apoio e respeito

E observados os seus direitos

Nenhum trabalhava forçado

15

E assim Sabino viveu

Contente e realizado

Como sempre havia sonhado

Até que foi chamado por Deus

Fim

James Norman

JAMES NORMAN
Enviado por JAMES NORMAN em 25/08/2020
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