O Sonho

Numa imensa tempestade

Um garoto se arriscou

Lutou contra a natureza

O seu mundo se apagou.

Despertou no infinito

Num lugar que não ventava

Que não era quente ou frio

Entre o tudo e o nada

Despertou muito confuso

Tentando se lembrar

Como foi parar ali

Mas nada de recordar

Apesar de estar confuso

E pouca idade aparentar

Ele era muito sábio

Sentou para meditar

Eis que ele vê lá longe,

Vindo da branquidão

Uma moça muito bela

Vindo em sua direção

Ela chega e diz com calma:

“Não quero te assustar,

O meu nome é Katara,

Eu vim pra te ajudar...

É normal ficar perdido

Às vezes na nossa vida

Sentir medo não é defeito.

No fim não tem outro jeito,

Encarar é a saída!”

No meio da branquidão

Onde o tempo não passava

O menino tão confuso

Pouco a pouco se acalmava

Ouvia, tão fascinado

Que esquecia de piscar,

Katara lhe ensinando

Sobre as ondas, sobre o mar

Sobre trabalhar no ritmo

Que a água oferece

“Empurrar e puxar”

E assim o mar obedece.

Nessa conversa tranquila

Todo um século passou!

Cem anos preso, perdido,

Mas por estar entretido

ele nem sequer notou.

De repente ele vê

O horizonte rachar

E toda a branquidão

De repente dissipar

Viu que em todo esse tempo,

Ele estava congelado,

Perdido de qualquer coisa

Num lugar muito afastado

Ao sair do branco gelo

A sua força falhou

Qual não foi sua surpresa:

Katara lhe apanhou.

Ele olhou pra ela e soube

Com certeza, num instante:

Seriam inseparáveis

Daquele momento em diante!