CORDELZINHO DA SAUDADE
Das noitinhas na fazenda
Ali não tinha energia
Nem se conhecia a tal da tecnologia
Assim que a lua surgia
Aflorava a nossa alegria...
Lá pelas cinco horas
Chegava logo a meninada
Para ouvir as belas histórias
Não tinha príncipe e nem fada
Nem princesa encantada...
Tinha mula sem cabeça
Bichos que até fogo soltavam
Era aquele aflição
De medo se agarravam
Mas pediam para continuar
No fundo todos gostavam.
Mesmo tremendo de medo
Ao falar do lobisomem
Quando o velho dizia
Que até criança ele come
Mas só em noite de lua cheia
O resto ele era um homem.
Era só nas sextas-feiras
Que o bicho se aflorava
De criancinha a filhote de animal
Tudo que encontrava ele pegava
Essa fera amedrontada
Era do sangue que se alimentava...
Todos queriam falar era aquela aflição
A noite dormiam sonhando
Na manhã seguinte tudo se esquecia
O dia passava se arrastando
Contavam as horas para começar
A tardinha todos iam chegando.
Hoje criança não ouve histórias
Fica apenas a lembrança
Que bom se pudesse resgatar
Aquele tempo de criança
Onde tudo era magia
Não se perdia a esperança.
autoria- Irá Rodrigues
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