Carta-cordel nº3

Remetente: andar abaixo

Cara mente,

não está correto (Se me permite ser direto), Nos mandar esses despachos De fofocas e esculachos! Não estamos no conforto Bebendo vinho do porto Chorando uma paixão! Eu mesmo, coração, Nunca estive absorto!

Essa dor e desconforto Que atribui a nós de baixo, Que faz chorar como riacho E da vontade de estar morto É o engano do mais torto Que aqui já foi ouvido! Não temos nenhum partido Com essa invenção da mente. Sra. mente, a senhora mente Sobre o “coração partido”! Pois não faz nenhum sentido! Estou bem, estou inteiro E saudável! esse entreveiro De amor que partiu partido Que no peito dói doído Não é nosso serviço.

Que a cabeça de sumiço Com esse caos de sentimentos. Só me incomode no momento Em que a gordura for o ofício. Vá fazer um exercício, Tome um banho, escove os dentes... Tu esqueceu o que é um pente? Se cuide, não é difícil. E pelo amor ao seu ofício, Pare com essa baboseira De caçar igual coceira Um amor que foi embora! Larga mão dessa história E busque alguém que te queira.

Vou manter as estribeiras E parar de dar conselhos. Faça disso o seu espelho E deixe dessa sujeira De empurrar pra qualquer beira O que é sua obrigação!

Sem mais para a ocasião,

Quero a ti mais paz à frente

E, atenciosamente,

Ass.: coração