Cenário das bonitezas

Cenario das bonitezas.

Como é que pode um canto

Ter mais de uma boniteza

Pra cada tempo um encanto

Cada um com sua beleza

Essência dum lugar forte

Onde a vida e a morte

Comungam a mesma riqueza.

Quando o mato vai dormir

Para enganar o calor

Pra poder sobressair

Os bichos mudam de cor.

Pra não sejam comidos

Se tornam desinxavidos

Sem barulho e sem odor.

Aí o mato esbranquiçado

Com aparência falecida

É o belo disfarçado

Outra beleza de vida

Só um olhar de poesia

Contempla e acaricia

A beleza adormecida.

Quando é céu de novembro

A chuva amamenta a terra

O sete cascas é o membro

Que amarela o plano é a serra

É uma memória fantástica

Que mesmo numa seca enfática

Esse ser vivo não erra.

Aí cantam a passarada

Corre o calango, o prea

É a paisagem encantada

Começa a se transformar

É o cenário acinzentado

Logo fica esverdeado

Que parece outro lugar.

Valdir Prudêncio.

Valdir Prudêncio dos Santos
Enviado por Valdir Prudêncio dos Santos em 20/02/2021
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